O contrato futuro mais líquido de ouro fechou em queda nesta quarta-feira, 21, pressionado pela escalada dos juros dos Treasuries e também pela menor busca por ativos de segurança, em meio à recuperação do sentimento de risco nos mercados.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para setembro encerrou a sessão com perda de 0,44%, a US$ 1.803,40 a onça-troy.

Após o estresse da segunda-feira, 19, os negócios consolidaram hoje a retomada iniciada nesta terça, 20, o que reduziu a busca por ativos seguros, como Treasuries e ouro. Com a escalada dos rendimentos dos títulos públicos americanos, o metal precioso ficou menos atraente, uma vez que ambos competem como reserva de segurança.

“O aumento do juro da T-note de 10 anos de 1,15% para cerca de 1,2% foi suficiente para erodir todos os ganhos do ouro”, explica o Commerzbank.

O analista Edward Moya, da Oanda, também atribui o movimento à alta do bitcoin, que leva investidores a tirarem aplicações do metal amarelo para a criptomoeda. “Se o boom do bitcoin se firmar, isso pode mitigar parte da valorização do ouro”, prevê.

Moya acredita que a cotação pode ser consolidar ao redor de US$ 1,8 mil, à medida que a variante delta do coronavírus ameaça desacelerar o crescimento global. “Um ambiente de taxas de juros mais baixas é inevitável e deve ser argumento-chave para manter o ouro”, explica.