O ouro fechou em leve queda nesta terça-feira, perto da estabilidade, influenciado por múltiplos fatores. De um lado, a desvalorização do dólar beneficiou o metal precioso. Por outro, o avanço nos juros dos Treasuries e avaliações sobre indicadores econômicos dos Estados Unidos pesaram nas cotações da commodity.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), O ouro com entrega prevista para junho recuou 0,02%, a US$ 1.902,9 a onça-troy.

“O ouro estendeu quedas depois que um importante relatório de manufatura mostrou que as pressões inflacionárias estão se intensificando sobre as persistentes pressões da cadeia de suprimentos e escassez de mão de obra”, afirma o analista de mercado Edward Moya, da Oanda, em referência à divulgação do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria dos EUA, medido Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês).

Segundo Moya, o preço do ouro está em movimento de consolidação antes da divulgação do relatório de empregos americano (payroll) na sexta-feira, 4. Os dados têm potencial de definir o rumo da política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

No começo da sessão, o ouro chegou a atingir o maior nível em cinco meses, beneficiado pela fraqueza do dólar ante os pares. Ao longo do dia, contudo, o avanço dos juros dos Treasuries impactou as cotações.

“Em vista da alta inflação esperada para os próximos meses e das taxas de juros reais significativamente negativas como resultado, a demanda entre os investidores por ETFs deve permanecer alta, emprestando, assim, um impulso adicional ao ouro”, avalia o analista Carsten Fritsch, do Commerzbank.