O Brasil vai formalizar durante a Conferência do Clima, que começa domingo na Escócia, a promessa feita pelo presidente Jair Bolsonaro, de antecipar em uma década a meta de ser neutro, em termos líquidos, em emissão de CO2. “Determinei que nossa neutralidade climática seja alcançada até 2050”, disse, em abril, durante discurso na Cúpula de Líderes sobre o Clima, comandada pelo presidente americano, Joe Biden.

Não há nenhuma exigência legal para que seja feita a formalização por escrito na COP-26. A comitiva brasileira avalia, no entanto, que será de bom tom entregar um documento oficial com a nova meta. Além disso, servirá como uma forma de mostrar que o Brasil está realmente levando a sério os compromissos que tem feito para o futuro.

Bolsonaro também enfatizou em seu discurso de seis meses atrás que o Brasil é um dos poucos países em desenvolvimento a adotar uma Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) transversal e abrangente. Algumas nações, que optaram em alguns casos por objetivos mais ambiciosos do que os brasileiros, decidiram excluir alguns setores de seu conjunto de metas por questões locais, como lobby de grandes empresas ou mesmo a avaliação de que poderia haver prejuízo de atividade para aquele país.

Além de 2050, as metas absolutas de redução de emissões do Brasil são de 37% para 2025 e de 43% para 2030. “Entre as medidas necessárias para tanto, destaco aqui o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal até 2030, com a plena e pronta aplicação do nosso Código Florestal. Com isso, reduziremos em quase 50% nossas emissões até essa data”, afirmou o presidente em abril.

Bolsonaro voltou naquela ocasião a reclamar das críticas sobre o País na coordenação do meio ambiente, mas, para observadores internacionais, ajustou seu pronunciamento ao discurso internacional pela primeira vez, recebendo elogios. O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, chegou a dizer recentemente que gostaria de obter o resultado em relação ao desmatamento antes mesmo do prazo determinado, marcado para daqui a nove anos. Alguns membros do governo se dizem confiantes no cumprimento das promessas, mas observam que os limites são apertados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.