Nos últimos sete dias, o Brasil registrou uma média diária de 1.056 mortes por covid-19. É a quarta semana seguida em que o número de óbitos anunciados pelas secretarias estaduais de Saúde fica acima de mil.

Ao divulgar os dados da pandemia, o Estadão calcula uma média móvel de ocorrências, levando em conta sempre os dados dos sete dias anteriores. A média resulta da soma de mortes dos últimos sete dias e da divisão do resultado por sete. Assim, os dados divulgados diariamente sempre incluem todos os dias da semana (de domingo a sábado, de segunda a domingo e assim por diante).

Essa forma de acompanhar a evolução da pandemia dilui as oscilações bruscas provocadas pelo represamento dos dados em feriados e fins de semana, por exemplo. Aos domingos, os números absolutos de casos e mortes costumam ser menores, por atrasos nos registros das informações. Nos dias seguintes, esse atraso é compensado, o que acaba inflando os dados em dias úteis. A média móvel compensa essas variações.

O Brasil registrou nesta terça-feira 1.341 mortes e 43.245 novas infecções de coronavírus nas últimas 24 horas, segundo dados do levantamento realizado pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL junto às secretarias estaduais de Saúde. Com isso, o total de óbitos é de 74.262 e o de contaminações, de 1.931.204.

O País retomou nesta terça o patamar de mais de 40 mil infecções e mais de mil mortes, como ao longo da semana passada. O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de casos e mortes por covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos

Depois de alcançar três semanas consecutivas de queda no número de mortes por coronavírus, o Estado de São Paulo registrou nesta terça-feira, 14, o segundo pior recorde de mortes por causa da doença em 24 horas desde que a pandemia teve início, em março, com 417 óbitos. Os dados apontam ainda que mais 12 mil pessoas contraíram o coronavírus, o terceiro pior índice de um dia para outro desde março, quando a crise começou.

Além de São Paulo, outros 12 estados já ultrapassaram a marca de mil mortes pela covid-19. O estado do Rio de Janeiro é o segundo com mais óbitos, com 11.624 vítimas da doença. Se fosse um país, o Estado do Rio seria o 20º do mundo com mais infectados. Em seguida estão: Ceará (6.977), Pernambuco (5.715), Pará (5.337), Amazonas (3.064), Maranhão (2.536), Bahia (2.584), Espírito Santo (2.082), Rio Grande do Norte (1.449), Alagoas (1.314) e Paraíba (1.342).

Imunidade de rebanho

O diretor para doenças infecciosas da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Marcos Espinal, apontou nesta terça-feira, 14, que não há evidências de que o Brasil ou alguma área do País tenha atingido a imunidade de rebanho contra a covid-19. O termo é usado pra definir uma situação de proteção coletiva, em que grande parte da população está imunizada e impede o surto de se alastrar.

“Para atingir essa imunidade, é estimado que entre 50% e 80% da população de determinado local precisa ter sido imunizada ou infectada pelo vírus”, responde Espinal quando questionado sobre a situação de Manaus, no Amazonas, uma das cidades mais afetadas em todo País. Ele citou um estudo que aponta que apenas 14% dos moradores da capital têm anticorpos contra o novo coronavírus. “Isso não é imunidade de rebanho”.

Consórcio de veículos de imprensa

O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação, que uniram forças para coletar junto às secretarias estaduais de Saúde e divulgar os números totais de mortos e contaminados. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia.

O órgão informou, no início da noite desta terça-feira, que o Brasil contabilizou 1.300 óbitos e mais 41.857 pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Com isso, segundo o Ministério da Saúde, no total são 1.926.824 mortes e 74.133 casos confirmados pelo coronavírus. O número é diferente do compilado pelo consórcio de veículos de imprensa principalmente por causa do horário de coleta dos dados.