Há 20 anos, os forasteiros que vão a Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, para participar da Agrishow, nome de batismo da Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, têm dois objetivos principais: ver máquinas agrícolas paradas e vê-las funcionando. “As máquinas são mesmo o nosso maior show”, diz o presidente da feira, o usineiro Maurílio Biagi Filho, do grupo sucroalcooleiro Maubisa. “Quem visita a Agrishow fica entusiasmado com as demonstrações de campo.”

Marcada para o período de 29 de abril a 3 de maio, a edição de 2013 vem lotada de boas notícias aos agricultores. Ela terá a maior área total já registrada, mais espaço para os estandes e quase 800 expositores. “Vai ser a maior Agrishow da história”, diz Biagi. Com isso, é esperado um total de negócios fechados 10% acima dos R$ 2,1 bilhões apurados em 2012. Para os próximos anos, o projeto é construir um centro de convenções e estandes definitivos para as empresas. Atualmente, a estrutura da Agrishow é montada e desmontada todos os anos.

A maior e mais importante feira de tecnologia agrícola do País, considerada também uma das maiores do mundo, tem uma história que acompanhou o avanço do agronegócio. “Na primeira edição, em 1993, nem existia agricultura de precisão”, diz Biagi. “Hoje, a realidade é completamente diferente. A feira caminha lado a lado com o desenvolvimento do setor.” Para entender o que mudou nos últimos 20 anos, basta olhar para os tratores e colhedeiras, por exemplo. Segundo o professor José Paulo Molin, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, (Esalq-USP), de Piracicaba, houve um grande aumento do tamanho e da potência das máquinas e, para quem as pilota, é oferecido um nível de conforto inimaginável há algumas décadas. “O piloto automático, por exemplo, foi uma inovação de impacto que mudou o jeito de trabalhar no campo”, diz Molin.

A evolução das máquinas ajudou o Brasil a se tornar, de fato, o celeiro do mundo. O País, que produziu 81 milhões de toneladas de grãos na safra 1994/1995, às vésperas da primeira edição da feira, está colhendo 183 milhões de toneladas na atual, um avanço de mais de 140%. “Foi a tecnologia que deu condições para elevar a produtividade e reduzir custos”, diz Biagi. Nesses dois quesitos, lembra o presidente da Agrishow, instituições como a Embrapa, além das próprias empresas do setor, deram uma grande contribuição aos produtores.

Uma dessas empresas é a americana AGCO, fabricante das marcas de tratores e colhedeiras Challenger, Fendt, Massey Ferguson e Valtra. A companhia, com sede em Duluth, na Geórgia, participou de todas as edições da Agrishow. “Não podíamos ficar de fora da maior e mais representativa feira do setor”, diz Carlito Eckert, gerente de vendas da Massey Ferguson. Segundo Eckert, a feira é um termômetro para avaliar o mercado. “É o nosso local preferido para anunciar novos produtos”, diz.

Para outra fabricante americana, a rival John Deere, a Agrishow também se tornou não apenas um canal para exibição de seus produtos, como se transformou em um espaço de discussões e feedbacks. “A feira é uma grande vitrine que foi evoluindo com o tempo e nós fomos juntos”, diz Paulo Herrmann, presidente da subsidiária brasileira da John Deere. No ano passado, no estande da empresa havia mais de 80 produtos em exposição.