Os contratos futuros de petróleo subiram nesta quarta-feira, 2, renovando máximas em anos e ainda apoiados pela estratégia de retorno apenas gradual da oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). A possibilidade de ganho de fôlego na demanda, conforme a covid-19 possa ser gradualmente controlada, também colaborou para o movimento.

O petróleo WTI para julho fechou em alta de 1,64% (US$ 1,11), a US$ 68,83 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para agosto subiu US$ 1,57 (US$ 1,10), a US$ 71,35 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). O WTI renovava máximas desde 2018 e o Brent renovava os maiores níveis de fechamento desde maio de 2019.

A Stifel comenta que, além do fato de que ontem a Opep+ manteve o plano de retomada apenas gradual da produção em junho e julho, influencia o mercado a expectativa de maior crescimento econômico. Já o Julius Baer vê uma dinâmica forte na demanda e possíveis atrasos no acordo nuclear do Irã, atrapalhando os planos de Teerã de vender mais óleo no mercado internacional. Por enquanto, o banco diz que a retomada no lazer em parte do Ocidente e a força na demanda por petróleo se contrapõe a medidas de lockdown em partes da Ásia, como na Índia. O Julius Baer acredita que o barril do Brent pode ir “bem acima” da marca de US$ 70 em meados deste ano.

A Capital Economics acredita que o preço do petróleo pode subir um pouco mais no terceiro trimestre, com impulso na demanda. Já no quarto trimestre a consultoria projeta em relatório a clientes queda do preço, com o retorno de mais oferta. Ao mesmo tempo, lembra que o risco de novas variantes e eventuais revezes para conter a covid-19 podem atrapalhar a demanda nos próximos meses, sendo um risco no radar.

Ainda no noticiário, o governo do presidente Joe Biden, nos Estados Unidos, suspendeu concessões para exploração de petróleo em um refúgio natural no Alasca, em mais um episódio de uma disputa de décadas sobre uma reserva natural no Estado americano.