Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quarta, 23, em mais uma sessão com as potenciais restrições ao mercado de hidrocarbonetos russo por conta da invasão da Ucrânia afetando os preços. Além disso, a divulgação dos estoques semanais nos Estados Unidos foi observada, com ausência de indícios de alta na produção impulsionando as cotações.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para maio fechou em alta de 5,18% (US$ 5,66), a US$ 114,93, enquanto o do Brent para o mesmo mês subiu 5,30% (US$ 6,12) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 121,60.

“Como as coisas se desenvolvem na Ucrânia provavelmente fará uma grande diferença” nos preços, aponta o Commerzbank. A Rússia está tendo problemas para encontrar compradores para seu petróleo, com a guerra revertendo fluxos comerciais, destaca o banco alemão. Neste cenário, a pressão sobre a Arábia Saudita e outros países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) com capacidade ociosa para aumentar a produção provavelmente aumentará, conclui.

Para o Julius Baer, “estamos diante de uma crise de preços, não de oferta”. Segundo o banco, o petróleo russo é “tóxico, e a lacuna que deixa no mercado global é o foco das atenções”. Hoje, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que o país se recusará a aceitar pagamentos pelo fornecimento de gás natural em moedas “comprometidas”, incluindo dólar e euro, e que seguirá com os rublos russos. O governo italiano indicou que não está disposto a usar a moeda russa para as aquisições, enquanto o alemão apontou que a medida coloca em risco contratos.

Os estoques de petróleo nos EUA caíram 2,508 milhões de barris, a 413,399 milhões de barris na semana encerrada em 18 de março, informou hoje o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). Analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal previam que o número iria se manter estável. Na visão de Edward Moya, analista da Oanda, o mercado de petróleo está muito apertado e com a produção dos EUA permanecendo estável e como os estoques continuam a diminuir, os preços do petróleo têm “apenas um caminho a percorrer”, o de altas.