Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta hoje, em dia com intensa influência da reunião ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). A apreensão no mercado que o cortes na produção pudessem ser suspensos chegou a fazer a commodity operar no negativo, mas o resultado no final do dia foi de avanço nos preços. Junto à expectativa pela reunião, o dólar enfraquecido impulsionou o ativo energético, já que torna o torna mais barato para detentores de outras divisas.

O petróleo WTI para janeiro fechou em alta de 0,80% (US$ 0,36), a US$ 45,64 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Já o Brent para fevereiro avançou 0,95% (US$ 0,46) na Intercontinental Exchange (ICE), cotado a US$ 48,71 o barril.

A Opep+ concordou em aumentar a produção de petróleo em 500 mil barris por dia (bpd) a partir de janeiro. Dessa forma, a redução na oferta cairá de 7,7 milhões de bpd para 7,2 milhões. A aliança irá realizar o processo de forma gradual, avaliando mensalmente o panorama. A dissipação da incerteza levou a uma alta no barril durante o dia, mas os preços do petróleo caíram logo após o anúncio, “talvez porque o consenso do mercado esperava uma extensão de três meses de cortes de 7,7 milhões de bpd”, aponta a Capital Economics.

O Commerzbank avalia que o cumprimento do acordo pode gerar mudanças no preços, com divergências entre países. “Se nem mesmo a Rússia, que ao lado da Arábia Saudita é o membro líder da aliança, está disposta a cumprir suas obrigações, dificilmente se pode esperar que os outros membros o façam. Esse é um dos motivos pelos quais esperamos que os preços sejam corrigidos no curto a médio prazo”, aponta.

Além da reunião, o Commerzbank avalia que a alta no petróleo “se deve principalmente à acentuada fraqueza do dólar, já que os riscos claramente predominam no lado fundamental”. O índice DXY, que mede o dólar frente outras seis moedas de economias desenvolvidas, operou em baixa durante grande parte do dia, e às 17h09, tinha queda de 0,44%, a 90,719 pontos.

Pelos fundamentos, uma série de índice gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) foram divulgados hoje, com resultados piores do que o esperado na Europa, sinalizando queda na demanda. Por sua, vez, o ministro da Energia da Arábia Saudita, o príncipe Abdulaziz bin Salman Al Saud, destacou que a segunda onda de casos de covid-19 pelo mundo não estão afetando a demanda por petróleo da mesma forma que a primeira.