O petróleo encerrou esta terça-feira em queda, com investidores atentos à posição da União Europeia (UE) quanto a possíveis embargos à produção russa da commodity energética, além dos avanços das negociações do acordo nuclear entre potências globais e o Irã. Também ficou no radar a situação do surto de covid-19 na China, que obrigou Pequim a apertar as restrições em algumas regiões do país.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para maio fechou em baixa de 0,64% (US$ 0,70), a US$ 109,27, enquanto o do Brent para o mesmo mês caiu 0,12% (US$ 0,14) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 115,48.

“Os ‘touros’ do petróleo voltaram a ganhar vantagem no mercado em antecipação à visita do presidente dos EUA, Joe Biden, a Bruxelas e um possível anúncio da adesão da UE ao embargo às importações de petróleo da Rússia, mas a China espreita com o risco de queda na demanda”, resume a Rystad Energy, em relatório enviado a clientes.

O encontro entre Biden e lideranças do bloco, que acontecerá na próxima quinta-feira (24), pode resultar em medidas mais duras da Europa à produção de energia da Rússia, embora o Velho Continente não tenha se comprometido a aderir às proibições de importações, destaca a consultoria. Hoje, a Casa Branca afirmou que o presidente americano não vai pressionar seus colegas europeus a cortarem

Entre lideranças da UE que se opõem à ideia, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, disse que as sanções contra Moscou devem ser “toleráveis” para as economias que as aplicam. “É por isso que a posição da Alemanha sobre essa questão de um boicote à energia permanece inalterada”, definiu.

Em contraste com as especulações sobre embargos à energia russa, avanço das negociações pela retomada do acordo nuclear com o Irã pesaram sobre os contratos do óleo, uma vez que o petróleo iraniano seria liberado ao mercado caso o pacto seja restabelecido. Nesta terça, o aiatolá – espécie de autoridade religiosa máxima – do Irã, Ali Khamenei, expressou apoio ao acordo.

Mais perto do fim da sessão, o anúncio de que a TotalEnergies deixaria seus negócios na Rússia voltou a dar suporte para os contratos, que voltaram a subir, mas apenas momentaneamente.