Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta terça-feira, em sessão na qual as negociações por um acordo nuclear com o Irã e uma possível diminuição das tensões entre ocidente e Rússia pressionam o preço do barril. A agenda de líderes, que realizaram uma série de encontros, e suas declarações foram monitoradas, e, tanto na questão iraniana quanto nas tensões com a Rússia, as sinalizações foram para uma potencial maior oferta de petróleo.

O petróleo WTI para março caiu 2,15% (US$ 1,96), a US$ 89,36 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para o mês seguinte cedeu 2,06% (US$ 1,91), a US$ 90,78 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

“Os preços do petróleo estenderam as quedas em uma possível diminuição da tensão na Ucrânia e possível progresso nas negociações nucleares com o Irã”, resume Edward Moya, analista da Oanda.

Além de um “progresso incremental sobre as tensões geopolíticas”, Moya cita ainda um dólar mais forte como elemento que pressionou a commodity ao longo do dia.

Entre as sinalizações, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que os líderes da Rússia e da Ucrânia se comprometeram a honrar os acordos de Minsk.

“Agora temos a possibilidade de avançar nas negociações”, disse Macron ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, durante uma entrevista coletiva depois que os dois conversaram em Kiev. Na segunda-feira, o francês se reuniu com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou.

Entre as declarações de destaque para o otimismo por um acordo com o Irã estiveram as de Mikhail Ulyanov, diplomata que lidera a delegação russa em Viena.

O Commerzbank lembra que se um novo acerto puder ser acordado, o negociador-chefe espera que isso seja seguido por um período de preparação para sua implementação com duração de um a dois meses. “Isso significa que as sanções petrolíferas contra o Irã poderiam ser relaxadas em meados do ano, o que permitiria que as exportações de petróleo iranianas retornassem no segundo semestre”, projeta o banco alemão.

Segundo a Capital Economics, países emergentes produtores de petróleo podem registrar superávits nas contas públicas este ano caso a commodity permaneça no atual nível de US$ 90 por barril.

A consultoria espera que os preços caiam para cerca de US$ 70 até o fim de 2022, mas ressalta que há um risco cada vez maior de que a oferta não se recupere tão rápido.