Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta segunda-feita, 16, com o barril em Londres perdendo o nível dos US$ 70. A commodity operou pressionada pela cautela diante de dúvidas quanto à recuperação global, reforçadas por sinais de desaceleração na economia chinesa. O temor com a variante delta do coronavírus e as medidas de restrição impostas para tentar conter sua propagação são observados pelo potencial impacto na demanda.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para setembro recuou 1,68% (US$ 1,15), a US$ 67,29, enquanto o do Brent para o mês seguinte teve queda de 1,53% (US$ 1,08), a US$ 69,51, na Intercontinental Exchange (ICE).

No fim da noite de ontem, a China informou que as vendas no varejo subiram 8,5% e a produção industrial aumentou 6,4% entre julho de 2021 e o mesmo mês de 2020 no país. Já os investimentos em ativos fixos se elevaram 10,3% entre janeiro e julho deste ano. Apesar das altas, os três indicadores frustraram as expectativas de analistas, e indicaram um impacto da covid-19 sobre a economia chinesa maior que o sugerido por Pequim, segundo avalia a High Frequency Economics (HFE).

O crescimento econômico da China vai desacelerar este ano devido às enchentes do verão local e às medidas de restrições para conter o coronavírus, afirmou o porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas do país, Fu Linghui, após uma série de dados que apontaram para um esfriamento da atividade.

Para o Commerzbank, “as preocupações com a disseminação da variante delta na China e os efeitos que isso terá sobre a demanda de petróleo continuam pesando sobre os preços”, e o dados da última noite reforçaram a percepção. Segundo o banco alemão, algumas refinarias chinesas anunciaram que podem reduzir ainda mais sua produção em agosto, citando a propagação da variante delta como o motivo.

O JPMorgan reduziu “modestamente” suas estimativas para o petróleo devido à demanda mais fraca da China e das economias emergentes da Ásia no terceiro trimestre. O mercado enfrenta risco de queda nos preços no caso de ventos contrários persistentes para a demanda, mas há a possibilidade de alta devido à paralisação das negociações nucleares Estados Unidos-Irã, que podem deixar as sanções em vigor, avalia o banco.