O petróleo fechou em queda no mercado futuro nesta quarta-feira, após iniciar o dia em alta, se recuperando das últimas quatro sessões seguidas de baixa. O relatório semanal do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que mostrou alta nos estoques de gasolina no país, e o recrudescimento da pandemia de coronavírus impuseram dúvidas sobre a demanda pela commodity. A apreciação do dólar ante rivais ao longo do dia também pressionou os preços do óleo.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista em outubro recuou 1,70% (-US$ 1,13), a US$ 65,21, enquanto o do Brent para o mesmo mês caiu 1,16% (-US$ 0,80) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 68,23.

A commodity começou a oscilar entre perdas e ganhos, para depois firmar queda, após o DoE relatar alta de 696 mil barris de gasolina nos estoques americanos, contrariando a expectativa dos analistas de queda de 2,1 milhões de barris. Segundo a Capital Economics, o resultado sugere que a demanda pelo combustível nos EUA atingiu seu pico.

“Dado o aumento contínuo de infecções pelo coronavírus e a reimposição de algumas restrições à circulação, suspeitamos que os grandes ganhos na demanda por gasolina já ficaram para trás. Esta é uma das razões pelas quais esperamos que os preços do petróleo se estabilizem até o fim do ano”, estima a economista chefe de commodities da consultoria britânica, Caroline Bain, em relatório a clientes.

O cenário global da pandemia de covid-19 também preocupa investidores, com os casos aumentando não só nos EUA, como na Ásia e na Europa, puxados pela disseminação da variante delta, mais contagiosa que outras cepas já registradas. Em coletiva de imprensa, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afirmou que a cepa segue superando os esforços para a contenção do vírus.

Ao longo da sessão, o dólar se fortaleceu em relação à maioria de suas moedas rivais, mesmo com a reação inicial de baixa à ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Cotado na divisa americana, o petróleo fica mais caro com a apreciação do dólar e, desta forma, menos atraente a investidores que negociam com outras moedas.