O petróleo fechou em forte baixa nesta segunda-feira. A commodity seguiu o quadro global de busca por segurança, desencadeado pelo conflito geopolítico entre Rússia e países do Ocidente, por conta da presença militar russa na fronteira da Ucrânia, e a expectativa pela decisão monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que será divulgada na quarta-feira, 26.

O barril do petróleo WTI com entrega prevista para março recuou 2,15% (US$ 1,83) na New York Mercantile Exchange (Nymex), a US$ 83,31, e o do Brent para igual mês teve queda de 1,84% (US$ 1,62), a US$ 86,27, na Intercontinental Exchange (ICE).

A escalada das tensões entre EUA e países aliados e Rússia fez com que investidores retirassem posições de ativos atrelados ao sentimento por risco, como o petróleo. A resposta dos mercados veio à medida que os americanos e o Reino Unido ordenaram a retirada de seus funcionários que estavam na capital da Ucrânia, Kiev. Além disso, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) informou que enviou jatos e navios de combate para o Leste Europeu.

A busca por segurança ainda deu suporte ao dólar, cuja valorização costuma prejudicar commodities cotadas na divisa americana, como o petróleo, uma vez que o encarece e o torna menos atraente a investidores que negociam com outras moedas.

De acordo com o TD Securities, as tensões na fronteira da Ucrânia aumentam a incerteza quanto ao suprimento global do óleo, que ainda pode ganhar um acréscimo caso o acordo nuclear entre países desenvolvidos e o Irã seja retomado. Nesta segunda, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da nação asiática, Saeed Khatibzadeh, disse que o trato nunca esteve tão perto de ser concluído, mas questões pendentes com os EUA ameaçam a restauração do acordo.

Também compondo o quadro de cautela global, as expectativas para a reunião desta semana do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed apontam para o BC americano preparando o terreno para uma alta de juros em março. Em relatório, a Oxford Economics projeta ainda que o Fed começará a reduzir seu balanço de ativos em julho.