O petróleo fechou em forte alta nesta sexta-feira, 15, estendendo seus ganhos recentes em meio à perspectiva de melhora da demanda global em um cenário de oferta já apertada. A crise energética e a manutenção dos planos de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), mesmo com a mudança no mercado de energia global, é citada por analistas como os principais fatores que explicam o rali do óleo.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para novembro subiu 1,19% hoje, e 3,69% na semana, a US$ 82,28, enquanto o do Brent para dezembro avançou 1,02% nesta sexta-feira, e 3% no acumulado dos últimos sete dias, a US$ 84,86, na Intercontinental Exchange (ICE).

Com a alta de hoje, o WTI voltou a fechar em seu maior nível em sete anos pela segunda vez nesta semana, e os contratos chegaram a sua oitava semana seguida de ganhos no mercado futuro. O rali da commodity energética é explicado pelo déficit de oferta no mercado, o que pode piorar caso a crise energética, que fez os preços do gás natural e do carvão dispararem, provocar uma corrida por petróleo, avalia o analista Edward Moya, da Oanda.

Moya ainda cita o aumento da demanda por combustível de aviação, à medida que os EUA se abrem para viagens internacionais, como outro fator que pode deixar o mercado do óleo ainda mais apertado em breve.

“Serão necessários alguns eventos para frear essa alta do preço do petróleo: a Opep+ deverá aumentar a sua produção para além do acréscimo previsto de 400 mil barris por dia em novembro; o clima quente precisará atingir o hemisfério norte; e o governo Biden precisará liberar reservas estratégicas” dos EUA, estima o analista.

Para a Capital Economics, o fator mais determinante para, eventualmente, o rali do petróleo terminar é um aumento maior da produção da Opep+. Isso, no entanto, não parece que vai ocorrer, a menos que o cartel abandone seu sistema de cotas atualmente em vigor, de acordo com a consultoria britânica.