Entre uma série de reuniões e visitas programadas durante sua rápida passagem pelo Brasil, o colombiano Alejandro Bernal, presidente da Pfizer Saúde Animal para América Latina e Canadá, falou com exclusividade à DINHEIRO RURAL, anunciando que não está para brincadeira e pretende disputar cada centímetro deste lucrativo mercado. Sua empresa possui uma posição de destaque no setor, junto com outras gigantes multinacionais, como Bayer e Merial, todas com faturamento acima dos US$ 100 milhões. O que mostra que a briga será grande. Para encarar a concorrência e alavancar as vendas da companhia, que desde 1952 atua no Brasil, a idéia é se apoiar nos bons resultados conseguidos no ano passado, quando ela cresceu 13% no Brasil e faturou US$ 253 milhões. Números que, segundo dados da Pfizer, lhe garantem 10,4% de participação de mercado. No mundo todo, as vendas da empresa na área de saúde animal somaram US$ 2,6 bilhões, crescimento de 14% em relação a 2006.

De olho no bom momento desse segmento no Brasil, que em 2007 movimentou R$ 2,4 bilhões, segundo dados do Sindicato Nacional das Industrias de Produtos para Saúde Animal (Sindan), a empresa pretender expandir sua participação no País. Para isso, programou para 2008 investimentos de US$ 250 milhões. O Brasil é o terceiro maior mercado para a companhia, depois dos Estados Unidos e da Inglaterra. Porém, devido às suas características, estima-se que, em breve, ocupará o segundo posto, desbancando os britânicos. “O Brasil possui uma indústria de proteína animal bem consolidada, com capacidade de atender a grande demanda internacional. Esse aspecto se torna uma grande oportunidade para a Pfizer”, analisa Bernal, que não descarta a realização de aquisições para se fortalecer. “O Brasil tem um papel estratégico e queremos nos manter fortes. Se for preciso aquisições, com certeza não perderemos tempo”, pondera.

“OBrasil é o nosso terceiro mercado mundial e em breve será o segundo. Vamos lutar por ele.”

ALEJANDRO BERNAL, presidente da Pfizer Saúde Animal para América Latina

Para disputar a ponta do negócio, a aposta da Pfizer está na ampliação do seu portfólio, principalmente na área de suínos, apontada como uma das grandes responsáveis pelo crescimento registrado em 2007 e no lançamento de produtos com novas tecnologias. “Estamos desenvolvendo produtos mais intensivos, que requerem menos números de aplicações para serem efetivos. Isso irá trazer facilidade e economia para o produtor”, afirma Bernal. Outro ponto estratégico é a ampliação do programa de assessoria técnica mantido pela empresa. “Hoje atendemos mais de quatro mil fazendas, que equivalem a 20% do rebanho nacional, com visitas a cada 40 dias”, explica o diretor da divisão de Saúde Animal da Pfizer Brasil, Jorge Espanha.

Ao mesmo tempo que tenta se fortalecer no mercado de saúde animal, a Pfizer também prepara sua entrada na área de genética. Recentemente, a empresa anunciou as aquisições das empresas Catapult Genetics e Bovigen, ambas trabalham com desenvolvimento e comercialização de testes de DNA e marcadores genéticos para bovinos. Nos planos estão os desenvolvimentos de tecnologias que possibilitem a melhoria das características do rebanho, através da manipulação genética. “O serviço está em fase de desenvolvimento e deve ser lançado no Brasil até o fim do próximo ano”, ressalta o presidente. Com tanta disposição, a briga pela liderança promete movimentar o mercado de saúde animal durante o ano. “É um mercado muito concorrido, por isso, não podemos brincar”, completa Bernal.