A ministra da agricultura, Tereza Cristina, afirmou durante o lançamento do Programa Nacional de Bioinsumos que o Plano Safra 2020/2021 disponibilizará recursos para o projeto. O aporte deve financiar biofábricas e o custeio do setor. O programa, liderado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), visa reduzir a dependência dos produtores rurais em relação aos insumos importados.

A inciativa vai contar com linhas de crédito para incentivar a adoção dessas tecnologias dentro das propriedades rurais e pelas cooperativas. O fomento será feito via crédito rural nas modalidades de custeio, para aquisição de bioinsumos ou investimento para montagem de biofábricas “on farm”. As linhas para esse financiamento estão no Inovagro e, no caso dos investimentos em biofábricas, os recursos podem chegar a 30% do valor de todo o financiamento.

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Para as cooperativas, a linha de crédito é o Prodecoop, para a aquisição de equipamentos para a produção dos bioinsumos. Esses recursos têm volume maior e possibilitam a ampliação da participação de produtos dessa natureza a mais agricultores. Os empreendedores, que não são produtores rurais ou cooperativas, podem conseguir seu financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O programa também desenvolveu um aplicativo onde os produtores rurais podem consultar uma lista de produtos de origem biológica. A plataforma tem um catálogo com 580 produtos disponíveis no País destinados a combater mais de 100 pragas e plantas invasoras. De acordo com a pasta, a oferta dessa listagem visa favorecer a conexão entre a oferta dos produtos registrados e a demanda do setor produtivo.

O secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, Fernando Camargo, destaca a parceria com diversas entidades do setor agropecuário, especialmente da Embrapa, na elaboração do programa. Segundo Camargo, estima-se, com o programa, aumentar em 13% a área agropecuária com uso de recursos biológicos. Atualmente, 10 milhões de hectares usam bioinsumos para controle de pragas.

A coordenadora do programa de Bioinsumos do Mapa, Mariane Vidal, esclarece que o objetivo da ação não envolve somente os produtos, mas todos os processos e tecnologias de origem biológica. “Nossa expectativa é abarcar um grande número de processos, produtos e tecnologias para fomentar um conjunto de práticas sustentáveis relacionadas aos bioinsumos”, afirma, em nota.

Para Vidal, os bioinsumos representam um novo paradigma para a agricultura brasileira e mundial. “Alimentos produzidos de forma sustentável tornam produtos desta natureza mais competitivos no mercado internacional, especialmente os europeus, compradores dos produtos agrícolas brasileiros”, finaliza.