RUBENS PENTEADO: pecuarista joga no campo de São Carlos há três anos e já disputa até torneios internacionais

Trazido ao Brasil por ingleses e escoceses no final do século XIX, o golfe sempre foi visto como um esporte praticado exclusivamente pela elite. De uns anos para cá, no entanto, vem crescendo e se popularizando cada vez mais. Com centenas de campos espalhados Brasil afora, o golfe já tem conquistado muita gente que nunca se imaginou dando algumas tacadas, como profissionais liberais, médicos, engenheiros e até produtores rurais.

Com tempo de sobra e bons campos por perto, alguns fazendeiros vêm se dedicando com afinco ao esporte, que não tem qualquer restrição à idade. É o caso de Rubens Penteado, de 68 anos, que começou a jogar há três anos e hoje já disputa até torneios internacionais de masters. O pecuarista, que mora em São Paulo e tem fazenda no Mato Grosso do Sul, conta que sua atividade principal não lhe toma muito tempo, e que por isso resolveu se dedicar ao golfe. “O trabalho na fazenda me toma muito pouco tempo. Já tenho tudo nos eixos, nas mãos de um pessoal de confiança. Vou para a fazenda a cada três meses, então começou a me sobrar tempo”, explica Penteado, que já era fã do esporte há muito tempo.

“Eu sempre via partidas de golfe na televisão. Depois fui a um hotel que tinha um campo e um instrutor, aprendi a jogar e em seguida a tomar aulas regularmente”, continua o produtor.

Ainda de acordo com o fazendeiro, o golfe é um esporte que alia prazer com a atividade física, uma vez que as partidas demoram entre três e cinco horas, dependendo do número de jogadores. “Também não é um esporte caro, pois você pode começar com um material básico. O que acontece é que muitas pessoas já começam comprando sapatos e roupas especiais, 14 tacos importados, entre outras coisas. Aí o custo sobe para cerca de US$ 2 mil. Mas um iniciante não precisa de tudo isso.” Um dos principais destinos dos novos golfistas é o Damha Golf Club, campo inaugurado há menos de um ano, que já é considerado um dos 10 melhores do Brasil. Por estar localizado bem no centro do Estado de São Paulo, atrai muitos produtores de laranja e cana-de-açúcar da região. “Esse pessoal tem mais tempo para se dedicar ao golfe”, conta Carlos Gonzalez, diretor do Damha.

CARLOS GONZALEZ: “Produtores rurais têm mais tempo para se dedicar ao golfe”, diz o diretor do Damha

“Após o jogo ainda tem o ‘buraco 19’, que é o Club House. Depois das partidas, o pessoal vai tomar a sua cerveja e conversar sobre golfe. É a parte mais importante do campo. Tem gente de todo tipo, empresários, advogados, fazendeiros. Muitos negócios são abertos neste momento”, completa Gonzalez, ressaltando o alto poder aquisitivo dos praticantes.

Hoje, segundo a Confederação Brasileira de Golfe, existem aproximadamente 25 mil jogadores, contra oito mil há dez anos, o que movimenta mais de 400 milhões de dólares por ano.