O que você faria se fosse um milionário astro do rock internacional? Compraria carros? Promoveria festas? Sairia com belas mulheres? Pois saiba que, para alguns desses artistas renomados, o bom mesmo é sair pelo mundo plantando árvores.

Isso porque a discussão em torno do meio ambiente foi eleita como causa da vez entre roqueiros e estrelas da música pop mundial. Agora, esses músicos, em vez de quebrar quartos de hotéis por onde passam, resolveram promover ações de incentivo à preservação da natureza. Dessa forma, eles conseguem melhorar sua imagem, arrebatar mais fãs e, em alguns casos, até faturar em cima dessa nobre causa.

Um dos grandes exemplos desse novo “rock verde” é a banda irlandesa U2, que em 34 anos de estrada já vendeu cerca de 134 milhões de discos. Seu vocalista, Bono Vox, famoso por militar em causas humanitárias, mostrou sua faceta “ambientalista” ao lançar, em 2005, a Edun, uma grife de roupas com apelo ecológico cujas peças são feitas com algodão orgânico e materiais recicláveis.

Um negócio que fez bem tanto à imagem de Bono como também à sua conta bancária. Não bastasse o valor das peças – uma camiseta chega a custar US$ 300 -, no ano passado o cantor vendeu 50% da confecção para a multinacional da moda LVMH, dona de marcas consagradas como Louis Vuitton e Gucci.

Já para o líder da banda australiana Midnight Oil, Peter Garret, a luta pela proteção do planeta não só foi o combustível para o sucesso de sua banda, principalmente na década de 1990, como também lhe proporcionou uma nova carreira. Depois de ver suas canções serem constantemente temas de campanhas de preservação da natureza, em 2007, Garret foi nomeado ministro do meio ambiente da Austrália e se tornou um dos principais debatedores do aquecimento global.

No Brasil, a mobilização pelo meio ambiente também chegou à música, mas, como não poderia deixar de ser, por aqui foi o samba que abraçou a causa. Com quase 500 mil discos vendidos em seis anos de carreira, o grupo Jeito Moleque mantém um projeto ambiental voltado para o plantio de árvores e neutralização das emissões de gases oriundos da fabricação de seus discos e produção dos shows. “Há quatro anos começamos esse trabalho em parceria com a empresa OAK – Educação e Meio Ambiente.

Hoje já plantamos mais de quatro mil árvores”, comemora o percussionista e um dos fundadores do grupo, Fernando Bifani, o “Alemão”. Quem também promove a anulação dos gases emitidos em seus shows é a banda pop britânica Coldplay, cujos ingressos para um show em março deste ano no Brasil se esgotaram poucos dias após as vendas terem início em dezembro.

Os integrantes da banda, liderados pelo cantor Chris Martin, costumam patrocinar o plantio de árvores em países em que se apresentam. “Para nós esse é um aspecto de grande importância em todo nosso trabalho”, comentou Martin durante a recente passagem pelo Brasil.

Há também quem lute pela geração de energia sustentável. Esse é o caso do mito do country americano Willie Nelson, que em 2005 fundou a Willie Nelson Biodiesel Co., empresa voltada para a pesquisa e produção do biocombustível. Hoje ele comercializa o Bio- Willie, um diesel composto com 20% de óleos extraídos da soja e que possui emissões de monóxido de carbono 16% menores do que as do diesel convencional. “Não vejo necessidade de fazermos guerras por causa do petróleo. Temos um produto à altura aqui nos Estados Unidos”, diz Nelson, um dos maiores defensores dos produtores rurais norte-americanos.

Mas nem tudo são flores nesse admirável mundo verde dos astros da música. Em alguns casos, a disposição em preservar o meio ambiente é extremamente radical. O ex-beatle Paul McCartney, por exemplo, é um ferrenho defensor da alimentação vegetariana. Todos os anos ele promove o “Dia Mundial sem Carne”, em defesa da abolição do bife na dieta da população.

Tudo para eliminar os supostos impactos que a pecuária causaria. Mais radical ainda é a líder da lendária banda The Pretenders, Chrissie Hynde, que entre suas lutas, tenta, simplesmente, convencer a rede de lanchonetes McDonald’s a adotar um cardápio vegetariano. Independentemente das razões e motivações, o fato é que o meio ambiente alcançou o primeiro lugar nas paradas de sucesso.