São Paulo, 17/1 – O plantio de soja da safra 2017/18 já foi praticamente encerrado na Argentina, atingindo quase 90% da área prevista, mas os trabalhos precisam ser concluídos principalmente no norte do País, em particular nas províncias de Salta, Chaco, Santiago del Estero, e Formosa. A informação é de levantamentos locais, reportados em relatório pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês).

Conforme o USDA, o avanço do plantio nesta região está lento por causa das elevadas temperaturas e da falta de chuva. Até agora, no entanto, a soja apresenta boas condições com mais de 90% da safra exibindo condições “normais” e “boas”, de acordo com fontes do USDA.

O departamento norte-americano pondera, entretanto, que no norte da Argentina as condições climáticas adversas podem levar à redução da área plantada, dos rendimentos e, portanto, da produção esperada. “Os produtores estão relatando a incapacidade de plantar dentro da janela (período) ideal de semeadura, que termina em meados de janeiro. Se eles não conseguirem plantar dentro dessa janela, muitos escolherão não plantar ou arriscarão a semeadora fora das condições ideais, o que vai gerar maiores riscos e rendimentos potencialmente mais baixos”, informa o USDA.

A safra 2017/18 (julho a junho) na Argentina foi atingida por clima particularmente errático com fortes chuvas e inundações no início do período e condições de calor excessivo no norte da Argentina e na província de Buenos Aires no fim de dezembro e início de janeiro.

Segundo o USDA, por causa desse padrão climático, os analistas locais começaram a estimar uma menor produção de soja, em torno de 52 milhões e 55 milhões de toneladas em 2017/18, 4% a 9% menos do que a atual estimativa do USDA (57 milhões de toneladas).

O relatório do USDA destaca que as condições climáticas podem se normalizar, se as chuvas ocorrerem em breve. No entanto, observadores duvidam que isso seja suficiente para compensar os prejuízos provocados pelas condições climáticas desfavoráveis que já atingiram a safra.

Imposto

O USDA informou, ainda, que em 2 de janeiro passado o governo argentino publicou o Decreto 1.343/17, o qual prevê a redução do imposto de exportação de soja em 0,5 ponto porcentual entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019. Isso resultará na redução do imposto de exportação em 12 pontos porcentuais até o fim de dezembro de 2019. O imposto sobre as exportações de soja em dezembro de 2019 passará então a 18% e para 15% para o óleo e farelo de soja.

Conforme o USDA, a redução gradual do imposto gerou muita especulação sobre se os produtores vão armazenar mais soja da colheita do que de costume. Os analistas locais acreditam que a redução gradual, aliada à expectativa de uma maior desvalorização do peso argentino, estimulará o armazenamento da safra pelos produtores.