A aprovação do parecer que pede a cassação do deputado estadual Arthur do Val (União Brasil) pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) foi elogiada nas redes sociais por políticos de diversos espectros políticos nesta terça-feira, 12. Já lideranças do Movimento Brasil Livre (MBL) partiram em defesa do parlamentar.

Os membros do conselho decidiram, por unanimidade, pedir a cassação de Arthur como punição por quebra de decoro parlamentar por causa dos áudios machistas em que o deputado depreciava a condição de refugiadas ucranianas. A perda do mandato ainda deve ser referendada por maioria simples no plenário da Alesp para ter efeito.

No Twitter, a ex-ministra Marina Silva (Rede) disse que a decisão “resgatou o respeito a todas mulheres, repudiando e punindo exemplarmente esses comportamentos inaceitáveis”.

A deputada federal Carla Zambelli (PL) compartilhou trecho da fala do deputado estadual Danilo Balas (PL) na Alesp, em que ele cita representações que pediram a cassação de Arthur do Val, incluindo uma assinada por ela. Também do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Coronel Tadeu ironizou a situação de Arthur. “Isso que dá ‘lacrar’. Conselho de Ética aprova por unanimidade de 10 votos. 10×0.”.

Já o deputado federal petista Helder Salomão aproveitou a expressão normalmente atribuída a Bolsonaro e publicou a frase “grande dia” em sua conta pessoal. Seus colegas de bancada na Câmara, Alexandre Padilha e Zeca Dirceu, também pediram a cassação de Arthur. “Cassado pela comissão de ética da Alesp por promover o turismo sexual, por promover a misoginia, pelo seu machismo e seu mau-caratismo”, escreveu Dirceu.

Glauber Braga, deputado federal pelo PSOL, atacou o MBL, do qual Arthur é uma das lideranças, e resgatou outras acusações enfrentadas por membros do grupo, como o possível processo de cassação que o vereador do Rio de Janeiro Gabriel Monteiro (PL) pode enfrentar na Câmara Municipal. “Arthur do Val e Gabriel Monteiro estão tentando escapar da cassação. Holiday deu no pé. Kataguiri tá escondido. O tal do MBL ainda existe?”, disse.

Membros da Alesp que não compõem o Conselho de Ética também se manifestaram. A deputada Leci Brandão (PCdoB), por exemplo, defendeu a cassação de Arthur também em plenário. “Não podemos tolerar assédio, machismo, comportamento misógino de nenhum deputado”, escreveu.

Por outro lado, lideranças do MBL partiram em defesa do colega, justificando que Arthur estaria sendo perseguido por “não ter se corrompido”. “Está pagando um preço muito caro por não ter traído promessas de campanha, não ter se corrompido, e por ter exposto toda a podridão da Alesp. No Brasil, a honestidade custa caro, e a pilantragem é recompensada”, escreveu o vereador de São Paulo Rubinho Nunes.

A pré-candidata a deputada federal Adelaide Oliveira, também do MBL, disse que Arthur foi boicotado. “Nessa história, quem mais perdeu foi o povo paulista por terem BOICOTADO o principal deputado que lutava contra privilégio e mamata com o seu dinheiro. Quem ganhou? Os mesmos canalhas e usurpadores de sempre”, disse.