A Bayer e a Fundação Chapadão vão construir um laboratório de pesquisa em Chapadão do Sul, no nordeste de Mato Grosso do Sul. O projeto vai captar recursos a partir de uma campanha de crowdfunding (em inglês, financiamento coletivo). Os pontos dos produtores cadastrados no Programa da Rede AgroServices serão revertidos para a aquisição dos aparelhos de análise da estação de estudo de solos. Será necessária a conversão de 24 milhões de pontos. Quando o laboratório estiver funcionando, os participantes poderão fazer resgates pelo serviço de análise de solo proporcionais à quantidade doada, no prazo de até três anos.

INVESTIMENTO
Mandala orgânica

A francesa Danone, o fundo internacional Livelihoods e o Sebrae-RJ lançaram, em março, o Projeto Caruanas em uma área rural localizada entre os municípios fluminenses de Nova Iguaçu e Duque de Caxias. Serão investidos R$ 5,5 milhões, até 2026, para ter um ecossistema sustentável com agricultura orgânica em uma área de pelo menos meio hectare por produtor. O ponto de partida são os kits de iniciação agroecológica, em formato de mandala, com um galinheiro no centro, hortaliças e árvores frutíferas ao redor. A irrigação é feita por gotejamento e alimentada por energia solar.

NELORE FEST
A nata da raça

Festa tradicional da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, em março, a Nelore Fest premiou os destaques da raça nelore, dos rankings nacional e regional, das exposições, dos julgamentos de carcaça e do Circuito Boi Verde da temporada 2016/2017. O evento, que é conhecido como o ‘Oscar da Pecuária’, reuniu em São Paulo cerca de 350 personalidades do setor produtivo, industrial e de serviços. Os primeiros animais da raça, que foram importados da Índia, chegaram ao País há um século. Hoje, a carne de bovinos meio-sangue zebu e taurinos domina as exportações.

PRÊMIO
Máquina do ano

Fabio Ura

Uma das novidades da Agrishow, maior feira de agronegócio da América Latina, é o Prêmio Machine of the Year. O objetivo é destacar o avanço tecnológico das máquinas agrícolas comercializadas no País entre 2017 e 2018. As avaliações técnicas são feitas por professores de universidades, para a escolha dos vencedores nas categorias colhedoras de grãos, colhedoras de cana, semeadoras e pulverizadores. A 28ª Agrishow será realizada de 30 de abril a 4 de maio, em Ribeirão Preto (SP).

ESPÉCIES NATIVAS
Selo de origem

Marco Ankosqui

O Selo de Sociobiodiversidade, lançado em março pela Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, vai beneficiar os agricultores familiares que cultivem espécies nativas regionais. A iniciativa teve a colaboração do projeto internacional Biodiversity for Food and Nutrition, que fez a catalogação das 70 espécies de hortaliças e frutas como açaí, jatobá, pupunha e araçá. Elas foram selecionadas pelo valor alimentício regional, potencial econômico e importância social.

TRANSPORTE
Pesos pesados

O grupo gaúcho Randon, que também é o maior produtor de maçãs do Brasil, inaugurou, em março, a sua fábrica em Araraquara (SP), com investimentos de R$ 100 milhões. A nova unidade vai produzir até duas mil unidades de semirreboques e vagões ferroviários utilizados no segmento de cana-de-açúcar. No mesmo mês, a empresa deu mais um passo rumo à internacionalização, inaugurando uma fábrica em Lima, capital do Peru. Além da sede, em Caxias do Sul (RS), e das unidades paulistas e peruana, o grupo possui fábricas em Chapecó (SC) e na Argentina.

CARNE CERTIFICADA
A qualidade dá o tom

A paulista VPJ Alimentos, de Pirassununga, recebeu, em março, o selo Angus Gold, uma certificação inédita nesse segmento no Brasil. A iniciativa foi criada pela Associação Brasileira de Angus, em 2017, para garantir a qualidade e o grau de marmoreio dos cortes. “A carne é rastreada desde a sua origem na fazenda até a mesa do consumidor”, afirma Valdomiro Poliselli Jr., presidente da VPJ. A empresa atua nos segmentos de carnes especiais de bovinos, suínos, ovinos e frango caipira. “Esse controle garante a qualidade.” Todos os anos nascem no Brasil cerca de 3,5 milhões de bezerros angus, raça que é utilizada em cruzamento industrial para a produção de carne macia com gordura entremeada.

PROTOCOLO
Mais carne premium no mercado

Divulgação

Para aumentar a venda de carne bovina premium nas grandes redes de varejo, a JBS lançou um protocolo de tipificação multirraças. Ele prevê 10% de bonificação aos produtores de animais cruzados com pelo menos 50% de sangue europeu de corte e zebu, com características selecionadas pela empresa. O objetivo é aumentar a distribuição da marca “1953”, lançada no fim do ano passado, e cuja venda está concentrada em São Paulo. A “1953” remete ao ano de fundação da companhia e é produzida em oito abatedouros da JBS. Atualmente, 500 fornecedores de gado abastecem as linhas de carnes especiais do grupo.

BIOCOMBUSTÍVEL
Governança para o RenovaBio

istock

O presidente Michel Temer assinou, em março, o decreto do RenovaBio, definindo as responsabilidades dos órgãos públicos na regulamentação da lei. O Conselho Nacional de Políticas Energéticas definirá as metas compulsórias anuais de redução de gases de efeito estufa, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis fiscalizará e desenvolverá os critérios dos certificados e da redução de emissões. Já o Comitê RenovaBio, vai monitorar o abastecimento. Uma das metas é aumentar a produção anual de etanol de 30 bilhões de litros para 50 bilhões de litros, até 2030. “O decreto vai formalizar a governança e manter a transparência do processo”, afirma a presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Elizabeth Farina. “O próximo passo é fixar metas de redução até junho deste ano.”

TERRAS
90 mil títulos para o pequeno produtor

Em março, o governo federal entregou 90 mil títulos de propriedades de terras rurais e urbanas em 26 Estados. Cerca de 86 milhões de hectares de terras distribuídas não tinham documento, o que limitava o acesso do pequeno produtor ao crédito rural. Já foram liberados, por meio do Instituto de Colonização e Reforma Agrária, R$ 12 milhões para a regularização fundiária rural. Até dezembro, mais R$ 85 milhões estarão disponíveis para quem recebeu o título.

Meta é melhorara imagem do setor

Marcos Peron

O Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) tem um novo presidente para o próximo biênio. Em março, o comando da entidade passou a ser do agrônomo José Otávio Menten, que foi professor da Escola Superior de Agricultura, de Piracicaba (SP). Ele fala sobre os seus planos.

Quais os desafios do agronegócio?
A agricultura tem a sua reputação e a sua imagem em construção, alternando percepções positivas e negativas não condizentes com a realidade. É preciso mostrar à sociedade a força do setor no País e no mundo como líder na exportação de commodities e de proteínas de origem animal.

Qual a sua expectativa sobre o agro?
O Brasil depende desse do agronegócio para proporcionar melhor qualidade de vida para a população. O agro é a nossa vocação, pois temos recursos naturais, tecnologia apropriada e vantagens competitivas. E o mundo vê o País como um grande produtor agrícola, como o que mais vai contribuir para atender a demanda de alimentos nos próximos 30 anos, e com qualidade.

Qual o foco da nova gestão do CCAS?
Dar sequência ao trabalho desenvolvido pelo CCAS, há sete anos, que tem como objetivo valorizar milhões de brasileiros, que lutam por um agronegócio mais sustentável, produtivo e rentável.

Como foi a evolução nesses sete anos?
Nosso esforço se concentra em colocar o conhecimento acumulado nas universidades e nas instituições de pesquisa à disposição da população, para que a realidade da agricultura e o seu caráter de sustentabilidade transpareçam.