Mais carne para o brasileiro

As exportações brasileiras de carne têm crescido nos últimos anos, mas mesmo assim, a demanda interna continuará exercendo um grande peso na sustentação do crescimento das vendas do setor, segundo um levantamento do Ministério da Agricultura, divulgado em abril. Neste ano, o consumo de carne de frango pelos brasileiros é estimado em 68,3% do total produzido no País. Para a carne bovina e suína, o mercado interno vai representar 84,8% e 85,4%.

 

Alerta na China

Uma nova cepa da gripe aviária, a H7N9, já provocou mais de 23 mortes em território chinês e o número de pessoas contaminadas passa de 100. Para conter o problema, milhares de aves foram sacrificadas. O prejuízo é estimado em mais de R$ 3 bilhões. Preocupados com um possível surto, pesquisadores da Organização Mundial da Saúde estão estudando o novo vírus.

 

O novato da avicultura

Em abril, o empresário Erasmo Battistella, presidente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil, comprou por R$ 80 milhões o frigorífico Frinal, de Garibaldi (RS). O abate atual é de 88 mil aves por dia, mas o projeto é elevar esse volume para 150 mil aves. O faturamento esperado para este ano é de R$ 210 milhões, um crescimento de 52% em relação aos R$ 138 milhões do ano passado.

 

DPA opera no Paraná

Neste mês, a Dairy Partners Americas (DPA), joint venture entre a suíça Nestlé e a neozelandesa Fonterra, começa a operar uma unidade de captação de leite, no município de Cascavel, no Paraná. Trata-se de um posto de resfriamento, com capacidade inicial para 300 mil litros por dia.

 

O girassol da ADM

No segundo semestre, a multinacional americana ADM, que possui as marcas de óleos de soja Concórdia e Corcovado, vai começar a atuar no mercado brasileiro de farelo e óleo de girassol. O processamento do grão será realizado pela nova fábrica da empresa Terasol, em Campo Novo dos Parecis (MT). Com capacidade para processar 100 mil toneladas de grãos por ano, a unidade está em obras e será entregue em agosto. Grande esmagadora de soja no Brasil, a ADM já trabalha com girassol em países como Alemanha, Ucrânia e Bolívia.

 

LBR fecha dois laticínios

A Lácteos Brasil (LBR) decidiu encerrar a produção de queijos nas unidades de Gaurama (RS) e de São José dos Cedros (SC). Os dois laticínios passam a fazer apenas a captação e o resfriamento de leite cru, que será processado nas unidades da LBR nas regiões Sul e Sudeste. A empresa reduziu, ainda, o beneficiamento de leite UH T da marca Bom Gosto, na Fazenda Vilanova, também no Rio Grande do Sul, o que resultou na demissão de 84 funcionários. A LBR está em processo de recuperação judicial desde fevereiro deste ano.

 

Do petróleo aos grãos

A suíça Vitol, uma das maiores comercializadoras de petróleo do mundo, vai operar no mercado de grãos. As operações começarão este mês, a partir de suas bases em Genebra e Cingapura. Nos últimos anos, tradings de energia passaram a operar no mercado de commodities agrícolas para tentar compensar a baixa rentabilidade do petróleo bruto, derivados refinados, gás natural e energia elétrica. A Vitol vai disputar espaço em um mercado dominado pelas gigantes ADM , Bunge, Cargill e Louis Dreyfus.

 

Potássio bilionário no Paraná

Em abril, a Potássio do Brasil, subsidiária da canadense Brazil Potash Corporation, confirmou a existência de uma jazida de potássio em Autazes (AM ). As reservas são superiores a 500 milhões de toneladas. O potássio é o principal insumo usado na formulação de fertilizantes, no País. A empresa pretende investir R$ 2 bilhões no projeto, com previsão de iniciar a operação da jazida em até cinco anos.

 

Produção de soro de leite

A Nutrifont, joint venture  da BRF e do grupo irlandês Carbery, vai construir uma fábrica para produzir ingredientes destinados à indústria de alimentos, a partir do soro de leite. Com investimentos de R$ 130 milhões, a nova unidade será inaugurada em 2014, em Três de Maio (RS). A capacidade de processamento será de 315 mil litros de soro por ano.

Carne sustentável

Uma parceria no Estado do Pará, entre a Marfrig Alimentos, a varejista Walmart e a organização ambientalista The Nature Conservancy (TNC), vai incentivar a produção de carne bovina sustentável. O projeto, apresentado em abril, envolve 20 fazendas em São Félix do Xingu e Tucumã, no sudeste do Estado. Com investimento de R$ 500 mil, os pecuaristas vão usar tecnologias para aumentar a produtividade e reflorestar áreas degradadas.

 

Investimento em nutrição animal

No mês passado, a americana H.J. Baker adquiriu a empresa Fanton, de Bauru, no interior de São Paulo. Essa aquisição, somada à compra da Rumiphos, de Paranaíba, em Mato Grosso do Sul, em novembro do ano passado, mostra o interesse da companhia pelo mercado brasileiro de nutrição animal. Juntas, as duas empresas produzem 60 mil toneladas de suplementos minerais e proteinados. No ano passado, a H.J. Baker faturou US$ 332 milhões nos Estados Unidos, em nutrição animal, fertilizantes e produção de enxofre.

 

Mais feijão com arroz

A produção de arroz e feijão vai crescer, segundo projeções do Ministério da Agricultura. A previsão é de 14% a mais na colheita de arroz e de 8% na de feijão, até 2023. O Brasil é o maior produtor mundial de feijão e um dos dez maiores produtores de arroz.

 

Nova plataforma

A Dow AgroSciences, braço no agronegócio da gigante americana de químicos Dow Chemical, inaugurou, no mês passado, um novo escritório para a plataforma de Sementes & Biotecnologia, em Ribeirão Preto (SP). O objetivo é unificar a gestão dessa área e expandir sua atuação no Brasil. A empresa justifica o investimento com a previsão de que o negócio de sementes cresça em um ritmo de 15% ao ano no País.

Para comemorar 40 anos

Em abril, a Embrapa comemorou 40 anos com duas novidades. A primeira é o Sistema Agropensa, que será a plataforma de inteligência estratégica da instituição. A partir de agora, a entidade passa a organizar e analisar os seus dados em um único banco. O objetivo é difundir de maneira mais ordenada os conhecimentos estratégicos para o desenvolvimento tecnológico da agricultura. A Embrapa também assinou um termo de cooperação com o Conselho Nacional dos Sistemas Estaduais de Pesquisa Agropecuária, chamado de Aliança Para Inovação Agropecuária, com orçamento de R$ 60 milhões para pesquisas.

O combate à falta de leite

O Ministério da Agricultura autorizou a produção de leite longa vida e pasteurizado, a partir da reconstituição do leite em pó. A medida terá validade por três anos, nos Estados do Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Ceará, de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, da Paraíba e Bahia. O objetivo é recuperar a produção leiteira afetada pela seca. Somente laticínios sob inspeção federal poderão reconstituir o leite, com produção limitada a 35% da capacidade de processamento de cada unidade.

Aurora reativa frigorífico

No mês passado, a cooperativa Aurora, um dos maiores conglomerados agroindustriais do País, produtora de frangos e suínos, retomou as atividades de um frigorífico arrendado no município de Xaxim, no oeste catarinense. A Aurora vai investir R$ 60 milhões na unidade, com o objetivo de elevar a capacidade de abate diário de 60 mil aves para 238 mil. O frigorífico foi arrendado da massa falida de outra empresa de Santa Catarina, a Chapecó Alimentos, em dezembro de 2012.

 

Programa POI

Raysildo Lôbo, presidente da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), fala sobre o Programa de Avaliação Genética de POI nelore, sigla para Puro de Origem Internacional, apresentado pela entidade, em abril.

 

Por que criar esse programa?
A ideia nasceu há uns três anos. Hoje, esses animais são avaliados junto com os Puros de Origem (PO) e os de Cruzamento Livre (CL). Mas há demanda de mercado para um programa específico de seleção desse rebanho.

Quantos POIs existem no Brasil?
A estimativa é de 60 a 80 mil animais, originários das importações da Índia na década de 1960. Com o programa, acreditamos em um crescimento de 20% desse rebanho, nos próximos cinco anos.

Qual deve ser a contribuição do programa para a raça nelore?
Vamos avaliar um material genético riquíssimo. Com o programa POI, animais superiores serão identificados e poderão ser cruzados com outros animais da raça, melhorando todo o rebanho de nelore do País.

E para os criadores?
Os criadores estão entusiasmados com a novidade e as adesões ao programa já começaram. Cerca de 80 criadores procuraram a ANCP