Recompra de ações

No mês passado, a francesa Louis Dreyfus Commodities desembolsou R$ 619,7 milhões para recomprar mais de 37,4 milhões de ações em circulação da Biosev, sua empresa de açúcar e álcool, que nas últimas duas safras somou prejuízos superiores a R$ 2 bilhões. Os papéis foram emitidos na oferta inicial de ações da Biosev, em abril de 2013, juntamente com uma opção de venda, 15 meses depois, por R$ 16,57.

Tereos se expande no Brasil 

O grupo francês Tereos, um dos maiores produtores de açúcar do mundo, está expandindo suas atividades no Brasil. No mês passado, a companhia inaugurou a sua oitava fábrica no País, localizada em Palmital (SP). A nova unidade produz amidos e xaropes de milho, com capacidade de processamento de 150 mil toneladas de milho e de 150 mil toneladas de mandioca por ano. A planta faz parte de um plano  de investimentos de E 100 milhões, iniciado em 2011. O amido de milho e seus derivados são utilizados em larga escala pelas indústrias de alimentos, papel e papelão ondulado e nutrição animal. O amido de mandioca é utilizado, principalmente, em alimentos e aplicações industriais. 

Do arroz para os insumos

A Josapar, empresa líder nacional no segmento de arroz com a marca Tio João, está expandindo a sua presença no mercado de insumos. No mês passado, a empresa lançou a Biofértil, uma nova linha de fertilizantes naturais para as culturas do arroz e do milho. A linha Biofértil chega ao mercado em sete versões, sendo quatro de aplicação foliar e três via sementes. Os produtos foram criados com base em pesquisas realizadas pela Josapar com material exclusivo importado dos Estados Unidos e da Europa, como extrato de algas marinhas, emulsionantes, aditivos e aminoácidos.  

 

Sede ampliada

A Bayer CropScience, divisão agrícola da gigante alemã, vai investir US $ 29,6 milhões para expandir a sua sede global da área de sementes, localizada em Research Triangle Park, no Estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Com isso, será construída uma estufa de 2,7 mil metros quadrados para o desenvolvimento de pesquisas, num terreno adquirido no fim de 2012. A previsão é de que toda a estrutura esteja completa até o fim de 2015. 

Importação emergencial

Em julho, o Ministério da Agricultura publicou a portaria 711/2014, que autoriza a importação de defensivos que tenham como ingrediente ativo a substância Ciantraniliprole, apenas para uso em lavouras de café localizadas em Minas Gerais. Trata-se de uma autorização temporária e emergencial, para combater a broca-do-café nesse Estado. Além disso, o Ministério estabelece como deve ser feito o controle químico da praga, permitindo o uso do defensivo apenas quando a infestação ultrapassar 3% dos frutos, com até duas aplicações do produto e dose limitada a 175 gramas do ingrediente ativo por hectare. 

Situação ambiental

O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola e o Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais desenvolveram um aplicativo para ajudar na adequação à Lei Florestal. O “Simulador para o Código Florestal” está disponível para download gratuito nas lojas da Apple e do Google. Basta o produtor informar a localização, área total da fazenda e áreas com florestas, para saber a situação do imóvel e o que é preciso fazer para eventuais correções. 

Substâncias sob vigilância

A Comissão da Codex Alimentarius, o fórum internacional de normatização do comércio de alimentos, da ONU , aprovou novas medidas para proteger a saúde do consumidor, determinando níveis máximos de chumbo nas fórmulas infantis e de arsênico no arroz. A recomendação é que não mais de 0,01 mg de chumbo esteja em cada quilo de fórmula infantil. Para o arroz, o nível máximo permitido de arsênico ficou em 0,2 mg por quilo. A Codex diz que essas substâncias podem ter efeito negativo na saúde, como gerar danos para o sistema nervoso e desencadear doenças cardíacas. 

 

O combate à peste suína clássica

O Ministério da Agricultura e a Embrapa desenvolveram um estudo sobre vigilância sanitária, para conter a peste suína clássica em suínos asselvajados, que são resultado do cruzamento entre o javali europeu e o porco doméstico. A conclusão desse trabalho foi uma proposta de normatização para o trânsito de carcaça desses animais abatidos, apresentada no mês passado, na Secretaria de Defesa Agropecuária. A pesquisa será apresentada à Organização Mundial da Saúde Animal e pode ajudar o Brasil a conquistar o reconhecimento internacional dos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina como zona livre de peste suína clássica. 

Governo vai determinar refúgio

Segundo o ministro da Agricultura, Neri Geller, o governo vai aprovar uma Instrução Normativa para regulamentar o refúgio de soja, milho e algodão, em até seis meses. A Embrapa e centros de pesquisa já vêm realizando estudos e debates com entidades e empresas com o intuito de criar regras nacionais para o refúgio. 

Abiove cobra Monsanto

Em julho, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) divulgou comunicado demonstrando preocupação sobre o plantio e a comercialização da soja Intacta RR2, da Monsanto. O documento diz que as empresas do setor estão negociando com a empresa americana a prestação de serviços para monitorar o recebimento dessa variedade há cerca de seis meses, mas ainda não houve acordo. 

ADM comprará Wild Flavors

No mês passado, a multinacional americana ADM anunciou a compra da alemã Wild Flavors, fabricante de ingredientes naturais, como aromatizantes e extratos, destinados a indústrias de alimentos e bebidas. A transação deverá ser concluída até o fim deste ano, ao custo de E 2,2 bilhões. A ADM também assumirá uma dívida líquida de cerca de E 100 milhões da Wild Flavors. A empresa de produtos naturais deverá fechar 2014 com um faturamento de E 1 bilhão. 

Boas práticas para o leite

A Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário do Ministério da Agricultura lançou edital para selecionar projetos de melhoria da qualidade e da segurança para o sistema produtivo do leite. Instituições sem fins lucrativos, como cooperativas, poderão concorrer à seleção, que vai até o fim deste mês. Serão investidos R$ 25,6 milhões em projetos no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. Futuramente, outros editais serão lançados para beneficiar outros Estados, com o objetivo de promover boas práticas agropecuárias nas principais regiões produtoras de leite. 

A DuPont trata das sementes

A multinacional americana DuPont estreou no mercado brasileiro de tratamento de sementes. O primeiro produto para esse segmento é o Dermacor, um inseticida empregado no controle da lagarta helicoverpa em lavouras de soja e de algodão, já disponível para venda na atual safra 2014/2015. Esse inseticida demandou investimentos de US $ 260 milhões durante o seu desenvolvimento. Presente no mercado americano há dois anos, o defensivo será importado e reembalado para a venda no Brasil. Segundo a empresa, o mercado de tratamento de sementes movimenta US $ 800 milhões por ano no Brasil. O faturamento global da DuPont foi de US $ 36 bilhões em 2013, dos quais US $ 11,7 bilhões vieram do setor agrícola. 

Odebrecht capitalizada

A Odebrecht Agroindustrial, braço sucroalcooleiro do grupo Odebrecht, vai reforçar seu caixa em R$ 2,6 bilhões até março de 2015. Os recursos virão da venda de suas nove unidades de cogeração de energia elétrica para uma subsidiária do grupo controlador, a Odebrecht Energia Renovável. O montante será usado para bancar expansões da empresa, sem aumentar seu endividamento. A transferência foi fechada por R$ 3,7 bilhões e já trouxe impacto nos resultados referentes à safra 2013/2014, com redução de 88,54% na alavancagem, relação entre dívida líquida e Ebitda. 

Argentinos reclamam

Durante a abertura da 128ª edição da Exposição Agropecuária, realizada em julho no Pavilhão da Sociedade Rural da Argentina, em Palermo, o presidente da entidade, Miguel Etchevehere, disse que o agronegócio precisa de políticas para recuperar seu nível de atividade. O dirigente criticou o sistema de contingenciamento das exportações promovido pelo governo argentino. Segundo ele, o controle desestimula o setor: o país caiu da 3ª para a 13ª posição no ranking dos produtores mundiais de carne, além de registrar os piores resultados dos últimos 135 anos, nas últimas colheitas de trigo. 

O custo da genética

O pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e professor da Esalq/USP Sergio De Zen fala sobre uma pesquisa inédita que vai mensurar o custo-benefício do melhoramento genético com touros zebuínos. O estudo será realizado em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu. 

Qual é a importância de mensurar o custobenefício do emprego de touros melhoradores? 
O projeto é uma “valoração” da genética, ou seja, estimar quanto efetivamente ela vale. Dessa forma, o produtor comercial pode tomar a decisão do uso dessa tecnologia com segurança do seu valor agregado, enquanto o produtor de reprodutores saberá o valor real de seu produto. 

Qual será a metodologia da pesquisa?
A metodologia pode ser dividida em duas partes. Primeiramente, teremos a coleta de dados, com o uso de duas metodologias: grupos focais, em fazendas típicas, que são usadas como benchmark, e depois em fazendas para os estudos de caso, onde se colhem as informações com maior profundidade. A segunda parte será de cálculo, quando será utilizado o método do valor presente da produção.

Como e onde será esse trabalho?

Inicialmente, vamos estudar a pecuária de leite em Minas Gerais e Goiás, e a pecuária de corte em Mato Grosso e Goiás. Essa será a primeira etapa do projeto. O grupo do Cepea envolvido nesse trabalho é composto por sete pesquisadores, entre mestres, mestrandos e doutores, e três estagiários. A pesquisa vai gerar índices e valores absolutos. Nossa previsão é de termos resultados já a partir de outubro deste ano. 

Como surgiu a ideia de parceria entre Cepea e ABCZ?

A ABCZ é uma das mais importantes organizações da pecuária brasileira e o Cepea é um dos centros de pesquisas mais ligados à economia da pecuária. Com isso, a parceria surgiu de maneira natural. A ABCZ gera demandas, problemas que precisam ser estudados, e o Cepea deve gerar pesquisas que consigam fornecer as respostas.