Safra Recorde

Mesmo com as incertezas e a tendência de queda nos preços das commodities, a agricultura brasileira segue com o pé no acelerador. segundo a primeira estimativa da companhia nacional de abastecimento (conab) para a safra 2014/2015, cujo plantio teve início em setembro, o brasil vai colher entre 194 milhões e 201,6 milhões de toneladas de grãos, enquanto a produção na safra anterior foi de 195,5 milhões de toneladas. a área plantada poderá variar de 56,2 milhões a 58,3 milhões de hectares.

Brasileiras conquistam a Chiquita

A americana Chiquita Brands, maior produtora de bananas do mundo, que caminhava para uma fusão com a irlandesa Fyffes, desistiu da união, no dia 24 de outubro. Com isso, o caminho ficou livre para a negociação com o consórcio brasileiro Cutrale-Safra, cuja proposta havia sido rejeitada inicialmente pela direção da Chiquita. As empresas fecharam negócio no fim de outubro. A transação está estimada em US$ 1,3 bilhão, incluindo uma dívida no valor de cerca de US$ 680 milhões. 

A carne no Exterior

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) renovaram o convênio do Projeto Setorial BrazilianBeef. Com isso, a parceria de promoção da carne brasileira no exterior, que teve início em 2001, vai continuar por mais dois anos, com um investimento de R$ 6,3 milhões em suas ações. Até agora, a iniciativa recebeu investimentos de mais de R$ 34 milhões e firmou seis projetos.

A aposta da ADM

A gigante americana Archer Daniels Midland (ADM) desembolsou US$ 170 milhões para comprar a Specialty Commodities, empresa de ingredientes naturais e orgânicos como castanhas, frutas, sementes, legumes e grãos especiais. A Specialty Commodities será uma unidade de negócios da Wild Flavors, empresa suíça desse segmento adquirida pela ADM, em julho deste ano. Com a aquisição, a ADM se posiciona ainda mais no mercado de ingredientes voltados para produtos, como barras de cereais e bebidas proteicas, e busca proteger-se da volatilidade do mercado de grãos. 

TMG registra patente nos EUA

A Tropical Melhoramento & Genética (TMG), de Cambé (PR), que desenvolve variedades de soja e de algodão, conseguiu reconhecimento internacional. Os Estados Unidos oficializaram a sua patente do método de seleção para o gene Rpp5, que confere resistência à ferrugem asiática, doença responsável por até 80% das perdas de produtividade nas lavouras de soja. A descoberta da TMG foi publicada em 2008 numa revista científica. Desde então, a empresa comercializa variedades com o gene, batizada de “Tecnologia Inox”. A patente, solicitada em 2007, foi concedida no mês passado.

JBS na bolsa só em 2015 

A JBS Foods, a divisão de alimentos industrializados de aves e de carne suína da gigante JBS, retirou o pedido de registro de companhia aberta que foi feito à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e que tramitava desde maio deste ano. Isso significa que a empresa vai aguardar o momento mais adequado para fazer a oferta inicial de ações, o que pode ocorrer apenas em 2015. Para dar continuidade
ao processo, a empresa precisará atualizar o pedido protocolado na autarquia.

Mais chocolate

O grupo suíço Barry Callebaut, um dos maiores produtores de chocolate do mundo, dono de um faturamento de US$ 5,2 bilhões e conhecido no Brasil pela marca Sicao, vai investir R$ 28 milhões em sua fábrica localizada em Extrema, em Minas Gerais. O plano é aumentar a produção de chocolate líquido e moldado e a capacidade de armazenagem. A fábrica mineira foi a primeira unidade da empresa na América Latina, inaugurada em 2010, e sua expansão será concluída no próximo ano.

PQNN em São Paulo

A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil ampliou o Programa de Qualidade Nelore Natural (PQNN), em parceria com a Marfrig. A iniciativa, que funciona desde 2001, em quatro Estados (MT, MS, GO e RO), chegará a São Paulo. As carnes que atendem aos requisitos do programa recebem o rótulo “Marfrig Nelore Natural” e o produtor recebe uma premiação. 

Platform compra Arysta

A empresa de defensivos americana Platform Specialty Products vai comprar a concorrente japonesa Arysta LifeScience, por US$ 3,51 bilhões, numa operação que deverá ser concluída no primeiro trimestre de 2015. A Platform já possui um histórico de aquisições, com a incorporação de empresas do setor, como a Agriphar e a Chemtura Crop Solutions. Com um portfólio de mais de três mil produtos, entre fungicidas, herbicidas e inseticidas, a Arysta faturou mais de US$ 1,5 bilhão em 2013. 

Guia obrigatória

O uso da Guia de Trânsito Animal Eletrônica (e-GTA), durante o transporte interestadual de animais vivos, ovos férteis e outros materiais de multiplicação animal passará a ser obrigatório a partir de janeiro de 2015. O documento também será obrigatório para o transporte interestadual e intraestadual de animais destinados ao abate em estabelecimentos controlados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF). O e-GTA contém informações sobre a origem do animal, destino e identificação do pecuarista.

Bloqueio da Indonésia

Em outubro, o Brasil denunciou a Indonésia na Organização Mundial do Comércio (OMC) por causa do bloqueio às exportações de carne de frango ao país asiático. Há cinco anos tentando abrir esse mercado, sem sucesso, agora o governo acionou a OMC. Em jogo está uma disputa econômica. A Indonésia tem uma população de mais de 250 milhões de habitantes e produz apenas 900 mil toneladas de frango por ano. Enquanto o consumo per capita no Brasil é de 45 quilos dessa carne por ano, a média é de apenas 7,6 quilos no país asiático.

Livro gratuito

A Associação Nacional de Defesa Vegetal lançou um livro sobre 100 espécies de pragas que atacam frutas tropicais, como abacaxi, banana e uva. O QR-Livro e outras duas edições lançadas anteriormente, com informações resumidas sobre biologia, formas de reconhecimento em campo e manejo, estão disponíveis para acesso gratuito no site www. defesavegetal.net.

Mais ração para a InVivo

A InVivo Nutrição e Saúde Animal, do grupo francês InVivo, comprou a Total Alimentos, de Três Corações (MG), com capacidade para produzir mais de 400 mil toneladas de ração por ano. Dono de um faturamento de US$ 8,2 bilhões no último ano fiscal, a InVivo espera aumentar a receita no Brasil dos atuais R$ 700 milhões para R$ 1,2 bilhão. O grupo InVivo estuda novas aquisições e vai continuar o plano de investimentos de R$ 100 milhões no Brasil, até 2016.

A pegada da cana

A Embrapa vai iniciar uma pesquisa sobre a pegada hídrica da canade- açúcar irrigada, que vai quantificar os volumes de água necessários para a produção e determinar o impacto sobre as bacias hidrográficas. Segundo a Embrapa, os resultados vão ajudar a formar um banco de dados que pode subsidiar políticas ambientais e incentivar uma produção mais sustentável.

A hora da mamona

A Evofuel, divisão da empresa israelense de biotecnologia Evogene, firmou uma parceria com a Embrapa, no mês passado. O objetivo é desenvolver pesquisas para implementar o cultivo de mamona no País, com foco no controle de doenças e técnicas para plantar mamona em sistema de rotação com o cultivo da soja, principalmente no Maranhão, Tocantins, Piauí e na Bahia. Em março, a Evofuel também firmou um acordo com a gaúcha SLC Agrícola, uma das maiores produtoras de soja do Brasil, para a produção comercial de mamona, a partir de 2016.

Trigo em alta
Durante o 21º Congresso Internacional do Trigo, em Foz do Iguaçu (PR), no mês passado, Sergio Amaral, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo, apresentou os resultados do setor.

Os números são animadores?
A safra 2013/2014, de 7,67 milhões de toneladas, representou uma alta de 38,82% em relação à de 2012/2014. Com a manutenção desse patamar na temporada 2014/2015, teremos motivos para comemorar, sem dúvida. 

E as perspectivas para a qualidade do trigo?
Evoluímos bastante nessa questão nos últimos cinco anos. Do total a ser colhido na próxima safra, havia a perspectiva de termos de 15% a 20% classificados como tipo pão ou tipo melhorador, os mais nobres do cereal. 

O produtor tem feito a sua parte para garantir essa qualidade?
Certamente. Está mais do que claro que quanto mais o produtor conseguir um trigo de melhor qualidade, melhor será sua remuneração.

O trigo nacional custa mais caro do que o importado, basicamente em função do transporte. Há como resolver isso?
Está aí o exemplo gritante das distorções da política de transporte de cabotagem. Levar o trigo do Rio Grande do Sul para Fortaleza é mais caro do que trazer o cereal de Buenos Aires até Fortaleza. É um absurdo. Há muito tempo, tentamos modificar essa situação, sem sucesso.