São Paulo, 21 – O tomate, a batata, a cebola e a cenoura apresentaram aumento de preço em abril na maioria dos entrepostos estudados, quando comparado com o mês anterior. Já a alface teve redução na cotação no período. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou nesta terça-feira o 5º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) nas Ceasas do País.

A pesquisa destaca a cotação do tomate, cujos aumentos ocorreram em todos os mercados analisados e ficaram entre 5,43% na Ceasa/PR – Curitiba e 36,89% na Ceasa/ES – Vitória. Segundo a Conab, a alta está relacionada diretamente ao baixo volume ofertado.

A pesquisa mostra, ainda, que os preços da cebola voltaram a subir em todos os mercados analisados, exceção feita à Ceasa/PE – Recife, onde verificou-se queda de 7,0%. “De maneira geral nestes mercados os preços também vem em ascensão desde outubro/novembro do ano passado, época em que o abastecimento fica por conta da cebola sulista e esta concentração de oferta pressiona os preços para cima”, informa a Conab.

No caso da cenoura, observou-se aumento de preços entre 1,83% na Ceagesp – São Paulo e 35,31% na Ceasa/ES – Vitória. A exceção foi a CeasaMinas – Belo Horizonte, onde houve queda de 9,54%.

A cotação da batata oscilou entre altas e baixas nos mercados analisados, porém, nenhuma variação chegou a 20%, embora a alta ocorra desde outubro do ano passado. Em três mercados, dos nove analisados, verificou-se queda de preço, principalmente no Nordeste: Ceasa/CE – Fortaleza (17,12%) e Ceasa/PE – Recife (17,93%).

Conforme o estudo, o preço da alface apresentou quedas significativas na maioria dos mercados analisados. A exceção ocorreu no mercado do Rio de Janeiro, que registrou aumento de 4,09%. As quedas oscilaram entre 6,25% na Ceasa/GO – Goiânia e 48,85% na Ceasa/PR – Curitiba. “As temperaturas que vem se tornando mais amenas, neste período do ano, começam a favorecer o cultivo das hortaliças folhosas, dentre elas a alface, ao passo que o consumo tende a diminuir, justamente em função do clima”, explica a estatal.

A Conab salienta que essas cinco hortaliças são as com maior representatividade na comercialização nas Ceasas e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).

Frutas

No segmento de frutas, o estudo também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).

Segundo a pesquisa da Conab, a banana apresentou alta de preços em cinco Ceasas e queda da produção em sete entrepostos. A banana nanica teve leve desvalorização, em virtude da colheita precoce para suprir o mercado, principalmente os lotes vindos do norte de Minas, norte de Santa Catarina e Vale do Ribeira (SP). “Já a banana prata, com baixa oferta e boa qualidade, teve os preços mantidos em alta”, mostra o estudo.

A laranja exibiu variações de preços de pequenas a moderadas, seja de alta ou de baixa, e queda da oferta em seis Ceasas. Com a previsão da maior safra em 10 anos utilizando-se uma área menor, abril começou com maior oferta de laranjas precoces de menor qualidade e terminou com o início da colheita da safra, com sinalização de queda de preços em diversos mercados atacadistas e também para o consumidor final.

O mamão manteve o sentido de queda de preços e aumento da oferta, principalmente do mamão formosa. Além disso, detectou-se a menor qualidade do mamão papaia (algumas frutas pequenas e verdes, outras com problemas na casca) e a diminuição da demanda após longo período de cotações mais altas, entre outros fatores.

Já a maçã teve quedas de preços em todas as Ceasas. A Conab explicou que “esse fato também veio conjugado com queda na comercialização nos entrepostos, e se deveu à queda do preço da maçã fuji e ao maior controle da oferta da maçã gala pelos produtores, em um cenário de feriados no mês, concorrência com outras frutas e de demanda desaquecida.”

A melancia teve alta em sete Ceasas, a maioria delas da ordem de 2 dígitos, e queda da oferta, à exceção da Ceasa/GO – Goiânia. Essa queda da comercialização por ser atribuída à “reta final da safra em Teixeira de Freitas (BA), Marília e Oscar Bressane (SP) e a menor produtividade em Itápolis (SP), além da melancia de Uruana/GO não ter entrado com força no mercado”, conclui a Conab.

O levantamento é feito mensalmente pelo Prohort da Conab, a partir de informações fornecidas espontaneamente pelos grandes mercados atacadistas do País, nos Estados de SP, MG, RJ, ES, PE e CE.