São Paulo, 20 – Os preços de trigo na Bolsa de Chicago (CBOT) continuam pressionados, com o contrato para julho sendo negociado abaixo dos US$ 5 por bushel. Esse valor repete o mínimo observado em março, quando a pandemia do novo coronavírus começou a afetar expressivamente os mercados globais, avalia o banco Commerzbank. A pressão se dá, de acordo com analistas, por questões referentes à demanda e oferta do cereal na safra 2019/20, afetada pelos desdobramentos da doença.

Embora no primeiro momento da crise tenha havido um aumento na demanda pelo cereal, que proporcionou uma recuperação rápida dos preços aos níveis de janeiro, esses ganhos foram revertidos posteriormente.

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Segundo relatório do banco, neste segundo momento, as medidas de contenção à pandemia reduziram o consumo, o que fez com que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) e o Conselho Internacional de Grãos reduzissem as projeções para a demanda global em 2019/20, em 6 milhões e 5 milhões de toneladas, respectivamente.

Na ponta da oferta, a melhora nas condições climáticas nas principais áreas de cultivo, tanto nos EUA como na União Europeia (UE), também vem pesando no desempenho das cotações, de acordo com o banco alemão. Nos últimos dias, entretanto, apesar das chuvas recentes, a agência de previsão da Comissão Europeia (MARS) reduziu as suas expectativas de produção do cereal na UE.

A revisão nas estimativas chegou a impulsionar os preços da commodity em Chicago na sessão de terça, quando os futuros de trigo encerraram em leve alta de 0,35%, a US$ 4,9875, após terem atingido o menor nível em 7 meses.