São Paulo, 22 – As hortaliças apresentaram alta em todos os mercados analisados em janeiro. A análise faz parte do 2º Boletim Prohort de Comercialização de Hortigranjeiros nas Ceasas, divulgado nesta quinta-feira, 22, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A exceção, segundo a Conab, ocorreu apenas nos mercados do Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES) para a alface, cujos porcentuais de queda ficaram em 17,74% e 43,42%, respectivamente. Nos demais mercados a alface teve alta de preço, ficando os percentuais entre 11,90% em Belo Horizonte (MG) e 59,84% em Recife (PE). “Este movimento de alta da alface e, de um modo geral, das folhosas, é característico desta época do ano. As condições climáticas provocam perdas na lavoura, prejudicando a oferta nos mercados”, explica a Conab no boletim.

Os maiores porcentuais de alta de preço das hortaliças ocorreram com o tomate. O nível atingiu 95,66% no mercado de Vitória, a 83,05% na CeasaMinas – Grande Belo Horizonte, a 77,72% em Goiânia (GO) e a 66,12% no Rio de Janeiro. “Na comparação com o ano de 2017, os preços deste ano também ficaram bem acima, muito em virtude dos níveis de preço de 2017, tanto que quando comparadas com janeiro de 2016, as cotações do tomate continuam com porcentuais negativos”.

Para a batata, os maiores porcentuais foram em Goiânia (28.11%) e em Curitiba (PR) (18,70%), seguido dos aumentos de Recife (16,66%), Belo Horizonte (15,31%) e Vitória (13,73%). A Conab explica que este aumento pode ter sido provocado também pelas constantes chuvas que dificultaram a colheita. Mas vale lembrar que a previsão da oferta da safra das águas 2017/18 é de queda em decorrência da diminuição de 8,6% da área plantada, segundo o Cepea/Esalq/USP.

A cebola também apresentou alta de preço, ficando entre 44,14% em Recife e 7,04% em São Paulo. Este aumento foi provocado pela diminuição da oferta do Nordeste (fim da safra) e pela redução da oferta de cebola paranaense. “Cabe lembrar que as importações podem voltar a ocorrer se os novos níveis de preço forem compensadores para o importador”, diz a Conab.

As cotações da cenoura também subiram no mês passado, sendo que o maior aumento ocorreu no mercado que abastece Goiânia (57,98%), seguido de Belo Horizonte (38,85%), Recife (36,12%) e Rio de Janeiro (33,39%). Da mesma forma que as outras hortaliças analisadas, o aumento foi provocado pelo excesso de chuvas que, no caso da cenoura, causa várias doenças.

A Conab salienta que essas cinco hortaliças (tomate, cenoura, batata, cebola e alface) são as com maior representatividade na comercialização nas Ceasas e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).

Frutas

No segmento de frutas, o estudo também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).

A banana registrou novamente movimento de alta moderada em grande parte das Ceasas. A boa oferta de banana prata continua na Bahia, Minas e Espírito Santo. A banana nanica, do Vale do Ribeira, teve aumento da oferta associada à queda da qualidade (alagamentos por conta de chuvas), trazendo impacto na rentabilidade aos produtores.

A laranja apresentou bom volume de exportações e aumento da oferta na quase totalidade das Ceasas. A demanda também esteve aquecida, principalmente por laranjas com características in natura e temporãs. “É esperada uma redução da oferta com a chegada da entressafra”, prevê a Conab.

Já o mamão papaya teve pequena queda de oferta e aumento da rentabilidade, que só não foi maior por causa da menor demanda. O mamão formosa apresentou elevada oferta, com frutas de menor qualidade e a queda da rentabilidade ao produtor. As exportações do papaya continuam em declínio quantitativo.

A maçã teve altas e quedas de preços, dependendo da Ceasa. O mês de janeiro representou o começo da safra de maçã gala e o abastecimento de maçã fuji aos entrepostos atacadistas pelas câmaras de armazenamento. O prognóstico do ano para as exportações é de alta, e para as importações, de queda.

A melancia mostrou queda da oferta generalizada e subida de preços em algumas Ceasas. Houve aumento do cuidado com pragas por parte dos produtores paulistas. Em janeiro, houve comercialização de algumas melancias gaúchas com queimaduras. A perspectiva é de início da safra de Teixeira de Freitas (BA) em fevereiro.

O levantamento é feito mensalmente pelo Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) da Conab, a partir de informações fornecidas espontaneamente por grandes mercados atacadistas do País. Para a análise do comportamento dos preços de setembro, foram considerados os principais entrepostos dos estados de SP, MG, ES, PR, CE, PE, GO e DF.