Depois da queda registrada em agosto, as expectativas de um balanço global mais apertado em 2016, gerado principalmente por safras menores na China e na União Europeia, trouxeram algum suporte aos preços mundiais de açúcar. A forte retração da moagem no Centro-Sul do Brasil na primeira quinzena de setembro, em função de chuvas intensas na região, também deu um tom um pouco mais  firme no mercado internacional. 

Segunda a ANP, entre janeiro e julho deste ano, o consumo nacional de etanol hidratado cresceu 40% frente ao mesmo período do ano passado. Apesar disso, o preço médio da safra atual até agora, R$1,22/litro (base ESALQ, sem imposto) não sofreu variação frente ao valor registrado no mesmo período da safra passada.

Pontos de atenção
Depois de uma reunião com representantes do setor no dia 16 setembro, o Ministro da Fazenda sinalizou dificuldades em aumentar a CIDE da
gasolina no curto prazo. Porém, com opções limitadas em termos de medidas para prosseguir com o ajuste fiscal, acredita-se em elevação do
imposto sobre a gasolina em um horizonte maior. Atualmente, a taxa está em R$0,22/litro.

Perspectivas
Depois de cinco anos de excedente no mercado mundial de açúcar, espera-se um déficit no balanço para o ano-safra internacional 2015/16
(out-set). Isso sinaliza que o mercado possa estar saindo, ainda que lentamente, do ciclo de baixa nos preços internacionais. Na ótica brasileira, a fraqueza do real continua a sustentar o valor de açúcar em moeda local.

Com a aproximação da entressafra no centro-sul do Brasil, existe expectativa de recuperação no valor de etanol, refletindo o aperto natural entre
oferta e demanda no período. Assim, a relação de preço entre o hidratado e a gasolina na bomba pode subir dos atuais 61% (base São Paulo) para até 70% no pico da entressafra.

Dessa maneira, quem ainda tiver etanol para comercializar neste período pode se beneficiar plenamente da reintrodução da CIDE e do
aumento recente dos preços de gasolina. Fonte: Rabobank.