São Paulo, 28 – O pecuarista deve esperar preços mais frouxos do milho a partir de meados de junho, avaliou o analista Rafael Ribeiro, da Scot Consultoria, durante a “live” “Mercado sem rodeios: boi, leite e insumos em tempos de covid-19”, promovida pela própria Scot na noite desta quarta-feira. Ribeiro argumentou que, com a entrada da safrinha de milho no mercado, sobretudo a de Mato Grosso, os preços do grão devem ceder. Ele chamou a atenção, entretanto, para possíveis geadas em regiões produtoras do Sul do País, sobretudo o Paraná, que podem reduzir mais ainda a perspectiva de colheita do cereal.

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Ribeiro citou relatório do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) desta semana, indicando o início dos trabalhos de retirada do grão no campo e a previsão de que a partir de junho os trabalhos de campo tomem ritmo. Mato Grosso é o principal produtor de milho safrinha do País. Conforme o Imea, até o dia 22 de maio, 0,68% da área semeada no Estado havia sido colhida, atraso de 0,6 ponto porcentual na comparação a igual período do ciclo passado, quando 1,28% do grão já havia sido ceifado.

“Este ligeiro atraso reflete a etapa inicial tardia da semeadura e as condições climáticas menos favoráveis apresentadas em algumas regiões de Mato Grosso”, disse o Imea no boletim. “No entanto, mesmo com avanços tímidos, todas as regiões do Estado reportaram que os trabalhos a campo se iniciaram.”

Para Ribeiro, da Scot, embora relatório do Imea aponte o viés de manutenção de preços firmes, “conforme avança a colheita da segunda safra no Brasil e aumenta a disponibilidade interna, no médio prazo devemos ter preços mais fracos”, disse. “Esta é uma oportunidade no médio prazo para a compra de insumos, uma janela para o pecuarista que vai se abrir mais para meados de julho”, disse.