O presidente da Argentina, Alberto Fernández, defendeu nesta terça-feira, 2, durante o segundo dia de apresentação de líderes durante a Convenção do Clima (COP-26), na Escócia, que ações que visem à proteção do meio ambiente sejam remuneradas. “Para progredir com a agenda de transformação, é importante estabelecer mecanismos de pagamento para sistemas sustentáveis, a fim de pagar a dívida pelo clima, e instalar o conceito de dívida ambiental”, disse.

Este também é um dos argumentos do Brasil, principalmente quando é criticado sobre a forma como coordena ações na Amazônia. O Ministério do Meio Ambiente quer que os países ricos, principalmente, reconheçam que há um custo em manter a “floresta em pé” e alega que é preciso pagar por essa iniciativa.

Fernández salientou que a crise econômica causada pela pandemia de coronavírus deve ser rebatida com ações voltadas para a transição verde.

O argentino também falou que os frutos do Acordo de Paris têm mostrado a importância do combate à mudança climática pelos países como uma política de Estado. “É tempo de agir. Vamos fazer isso juntos”, afirmou em seu discurso, no qual reafirmou o compromisso de Buenos Aires com o pacto fechado em 2015 na capital francesa.

Sobre seu país, Fernández comentou que estão passando por uma transição de fonte de energia e explorando formas alternativas de gerar de eletricidade. “É um objetivo tangível”, garantiu.

Na lista divulgada pela organização, 117 chefes de Estado ou de governo iriam se pronunciar na segunda-feira e terça, dias que são considerados a abertura do evento, previsto para ocorrer até o dia 12. O presidente brasileiro Jair Bolsonaro não estava no rol. Depois de participar da reunião de cúpula das 20 maiores economias do globo (G20), em Roma, o chefe do Executivo viajou para o norte da Itália para conhecer a região de onde veio sua família. Ele já havia dito que não participaria da COP-26.

Alguns líderes que também não foram ao evento gravaram vídeo ou enviaram seus discursos por escrito. Bolsonaro fez uma apresentação de cerca de 5 minutos por vídeo gravado num evento paralelo à Convenção, voltado para o Brasil. Nessa apresentação, o presidente e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciaram uma meta mais ambiciosa para a redução de emissões de gases poluentes até 2030, de 43% para 50%.