O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em Dallas, Robert Kaplan, voltou a defender, nesta sexta-feira, o início da gradual retirada de estímulos, processo conhecido como “tapering”. Em entrevista a um podcast da Bloomberg, o dirigente explicou que as compras de ativos são mais eficazes para estimular a demanda do que para resolver problemas de oferta como os que têm ocorrido no momento. “Estou começando a questionar a eficácia das nossas compras”, disse.

Kaplan citou potenciais efeitos colaterais do programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês), entre elas o incentivo à tomada excessiva de riscos nos mercados e desequilíbrios no setor imobiliário residencial. “Prefiro começar a ajustar essas de compras de ativos em breve”, comentou.

Para ele, o processo deve ocorrer de maneira “gradual”, em um cronograma de oito meses. O dirigente entende que o foco para o curto prazo deve ser na diminuição do QE. “Para os juros, essa não é decisão para 2021, é uma questão que vamos debater baseado em condições de 2022”, explicou.

O líder do Fed afirmou ainda que “não é apropriado” para a autoridade monetária monetizar a dívida pública americana ou facilitar os gastos do governo. Também disse que, apesar das divergências, o debate sobre tapering já está em curso no Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês).

Kaplan acrescentou que não acredita que o aumento nos benefícios a desempregados seja o único responsável pelos desequilíbrios no mercado de trabalho.

De acordo com ele, com a pandemia, muitas pessoas se aposentaram antes do esperado, o que contribuir para restringir a oferta de trabalhadores.