O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na Filadélfia, Patrick Harker, defendeu que a instituição deve começar as discussões sobre redução do programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) “antes cedo do que tarde”, engrossando o crescente coro “hawkish” da autoridade monetária. Em entrevista online ao jornal The Washington Post, o dirigente disse que o processo, conhecido no mercado como “tapering”, deve começar a partir do momento em que houver sinais de progressos no mercado de trabalho e estabilidade de preços. Ele citou preocupações com a escalada dos custos no mercado imobiliário residencial.

O argumento evidencia as divergências no Comitê de Federal Aberto (FOMC) sobre o melhor momento para iniciar o debate sobre diminuição das compras de ativos.

Como Harker, o presidente da distrital de Dallas, Robert Kaplan, também quer começar as discussões em breve.

Outros dirigentes preferem esperar por mais avanços nos indicadores. Conforme mostrou reportagem do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), essas discordâncias apareceram na ata da última reunião, divulgada na quarta-feira.

Sem direito a voto nos encontros do Fed este ano, Harker acrescentou estar “otimista” em relação à maior economia do planeta, mas ponderou que o processo de recuperação será “acidentado”.

Entre os riscos à retomada, o líder da regional do Fed mencionou dificuldades de empresas em encontrar trabalhadores. No entanto, para ele, essas restrições na oferta, bem como os fatores que impulsionam a inflação, serão temporários.

Questionado sobre criptomedas, o dirigente argumentou que a volatilidade desses ativos não ameaça a estabilidade do sistema financeiro ou da economia como um todo.