O projeto de privatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) recebeu duas propostas para o leilão que será realizado na próxima quarta-feira, 30, pelo governo federal, apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O processo marca a primeira desestatização portuária, lista que conta com o maior complexo portuário da América Latina, o Porto de Santos, cujo certame está programado para o segundo semestre. O governo já esperava receber propostas de dois competidores para o leilão da Codesa, que precisaram entregar a documentação nesta sexta-feira, 25, até às 13 horas, na sede da B3.

A expectativa é de que o leilão do Porto de Santos atraia mais concorrência, em razão da dimensão.

Quem arrematar a Codesa irá assumir a concessão dos portos de Vitória e Barra do Riacho, num contrato de 35 anos, em que estão previstos investimentos diretos de R$ 1,3 bilhão – R$ 334,8 milhões em investimentos e aproximadamente R$ 1 bilhão para custear as despesas operacionais.

O Porto de Vitória, que fica na capital do Espírito Santo, tem um portfólio de cargas consolidado e uma posição favorável de acessos rodoviário e ferroviário. Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os estudos indicam potencial para dobrar a movimentação de cargas, de 7 milhões de toneladas para 14 milhões de toneladas por ano ao longo da concessão. São 500 mil metros quadrados e 14 berços de atracação disponíveis.

Já o Porto Barra do Riacho é especializado no embarque de celulose, e conta com uma movimentação atual de 8 milhões de toneladas por ano. De acordo com o banco, dos 860 mil metros quadrados de área total disponível, 522 mil metros quadrados são greenfield – ainda a serem utilizados.

Para assumir a operação, a empresa vencedora no leilão deverá adquirir as ações da Codesa por R$ 325,8 milhões, além de assumir os compromissos e o endividamento existente na companhia. Somado a esse valor, o certame será definido pelo oferecimento de maior ágio à outorga mínima, estabelecida em R$ 1.

A nova administradora também deverá pagar à União contribuições fixas anuais, no valor de R$ 24,75 milhões, e contribuições variáveis anuais equivalentes a 7,5% da sua receita. Os custos também envolvem uma taxa anual de fiscalização à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) de R$ 3,188 milhões.