São Paulo – A safra brasileira de café em 2017 está estimada em 44,97 milhões de sacas de 60 kg, com uma redução de 12,5% em relação ano anterior, quando atingiu 51,37 milhões. Em relação à previsão anterior, de setembro, houve aumento de cerca de 200 mil sacas. Os dados são do quarto e último levantamento da safra 2017, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira, 21.

A queda se explica principalmente pela chamada bienalidade negativa do café arábica, cultivar que responde por 76,2% da produção total, informa a Conab, em comunicado. O arábica tem como característica alternar uma safra alta com outra baixa, em ciclos bienais.

A área colhida também caiu. A redução foi de 4,3%, resultando em 1,87 milhão de hectares. Segundo a Conab, a área total plantada no País com café totaliza 2,21 milhões hectares, semelhante à cultivada em 2016. Desse total, 344,92 mil hectares (15,6%) estão em formação e 1,87 milhão de hectares (84,4%) em produção.

A produção de café arábica ficou em 34,25 milhões de sacas, com queda de 21,1% em relação à safra 2016, por causa da bienalidade negativa. A produtividade média do arábica também caiu para 23,07 sacas por hectare, 18,8% menor do que a da safra anterior. A área colhida recuou 2,7%, e ficou em 1,48 milhão de hectares.

Já a produção de café do tipo conilon atingiu 10,72 milhões de sacas, com aumento de 34,2% sobre a safra anterior. A produtividade média também foi positiva, tendo em vista a recuperação da lavoura frente a forte escassez de chuvas dos últimos anos. A média atingiu 28,1 sacas/hectare, 49,4% acima das 18,81 sacas por hectare do ciclo anterior. A área colhida de conilon foi de 381,58 mil hectares, 10,2% inferior à da safra passada.

A produtividade do café na safra 2017 está estimada em 24,1 Sacas por hectare, o que corresponde a uma redução de 8,5% em relação à safra passada. As maiores reduções deverão ocorrer em Minas Gerais e em São Paulo, principais regiões produtoras em que predomina o cultivo de arábica, sendo que a bienalidade é negativa nessa safra.

Em Minas Gerais, principal Estado produtor, a produção caiu 20,4% em relação à safra 2016, com 24,10 milhões de sacas de arábica e 343,7 mil de conilon, totalizando 24,45 milhões de sacas. No Espírito Santo, segundo maior produtor, a queda na safra é de 1,1%, em razão da falta de mudas para plantio e dos efeitos da bienalidade negativa no café arábica. O Estado produziu 5,92 milhões de sacas de conilon e 2,95 milhões de arábica, o que dá um total de 8,87 milhões de sacas.

A pesquisa foi realizada entre o dia 26 de novembro e 9 de dezembro em todos os Estados produtores. O primeiro levantamento da Conab sobre a safra 2018 será apresentado dia 18 de janeiro próximo.