Cada vez menos os produtores conseguem acessar o crédito rural disponibilizado pelo Plano Agrícola e Pecuário (PAP) do governo. De 2007/2008 até 2019/2020, houve uma redução de 560 mil contratos. No entanto, mesmo com essa queda, o valor médio do ticket está em alta. As afirmações são da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Ontem (23), a entidade se reuniu, por videoconferência, para debater propostas do setor para o PAP 2020/2021. O principal tema discutido é a redução da taxa de juros.

+ Ministra diz à Contag concordar com juros menores no Plano Safra 2020/21
+ BNDES: crédito para empresas afetadas por pandemia chega a R$ 1,1 bi
+ Estamos trabalhando para antecipar Plano Safra 2020/21, diz Tereza Cristina

O vice-presidente da CNA, José Mário Schreiner, afirmou que as taxas praticadas atualmente no crédito rural são muito elevadas e não acompanharam a tendência de queda da Selic e do crédito em outros setores. “A redução da taxa de juros e dos custos acessórios na contratação do crédito será a bandeira do setor agropecuário na discussão do Plano Safra”, pontuou.

O estudo da CNA também destaca os custos administrativos e tributários das instituições financeiras. Esses custos são acrescidos à taxa de juros paga pelo produtor rural para remunerar as instituições financeiras. A soma da taxa de juros paga pelo produtor e pelo Tesouro Nacional a essas instituições aumentou consideravelmente nos últimos anos, aponta a entidade.

Outro assunto debatido na reunião foi o combate à venda casada na contratação de crédito e outros serviços financeiros.

Durante o encontro virtual, a assessora técnica da Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA, Fernanda Schwantes, falou sobre a Medida Provisória (MP) do Agro. Ela destacou que “a lei não revoga os instrumentos e modelos de financiamento rural tradicionais. A nova legislação foi elaborada e aprovada para ampliar o elenco dos mecanismos, ferramentas e alternativas de financiamentos”.