O PT e o PSB estabeleceram uma data limite para resolver o impasse da aliança entre as siglas nos Estados. Até 15 de junho, os partidos anunciarão qual será a solução para os palanques nas disputas estaduais que hoje contam com candidatos dos dois partidos, como São Paulo. O prazo foi determinado nesta terça-feira, 31, durante reunião entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu parceiro de chapa, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), e os presidentes dos dois partidos: Gleisi Hoffmann (PT) e Carlos Siqueira (PSB).

O impasse entre os dois partidos fez com que uma visita da campanha de Lula e Alckmin a Santa Catarina fosse adiada nesta semana. Os dois mantiveram a previsão de viagem ao Rio Grande do Sul, no entanto. Há ainda um imbróglio envolvendo Santa Catarina, Espírito Santo e a disputa ao Senado no Rio de Janeiro.

Na prática, o estabelecimento de um prazo é também um ultimato para Márcio França, pré-candidato ao governo estadual pelo PSB. Nos bastidores, França tem mandado sinais erráticos ao PT, sobre sua disposição em abrir mão da candidatura. O PT espera que França aceite concorrer ao Senado na chapa ao governo liderada por Fernando Haddad, algo que os petistas antes imaginavam que já estaria resolvido até o fim de maio.

Para avançar no acordo, Lula tem defendido a aliados que o PT deve indicar ao PSB que pode abrir mão de candidatura própria em outros Estados. A costura precisará ser feita nas próximas duas semanas pelos presidentes dos dois partidos: Gleisi e Siqueira.

“Achamos que isso tem que ser de forma sistêmica e integrada. Não tem como resolver um Estado e não resolver outro, porque nós queremos estar juntos em todos os Estados e a gente acha que está aí, inclusive, a nossa força”, disse Gleisi, após a reunião. “Conversamos bastante sobre os desafios que temos e agora eu, com Siqueira, vamos conversar internamente nos nossos partidos, com visão mais direcionada, mais clara”, disse a presidente do PT.

O PSB descarta a ideia de usar um critério objetivo, como desempenho em pesquisas eleitorais, para definição das candidaturas. “A política tem que ter precedência sobre tudo. Devemos fazer o que é importante politicamente para fortalecer a nossa unidade”, disse Carlos Siqueira, após a reunião desta tarde. “Não me interessa quem está à frente, isso para mim, e para o PSB, não é critério”, afirmou.