Em reunião com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, os sindicatos que representam os funcionários do órgão mostraram que quase 2.000 servidores já aderiram ao movimento de entrega de cargos, sendo que cerca de 500 comissionados e substitutos e em torno de 1.500 em uma lista de não assunção (que se comprometem a não assumir os cargos deixados).

No BC, há três sindicatos: O Sindicato Nacional de Funcionários do Banco Central (Sinal), que representa as categorias de analistas e técnicos, Associação Nacional de Analistas do Banco Central (ANBCB) e o Sindicato Nacional dos Técnicos do Banco Central do Brasil (SinTBacen). Todos unidos na mobilização.

Segundo o presidente da ANBCB, Henrique Seganfredo, a reunião com Campos Neto é uma conversa inicial para um pleito de reestruturação da carreira que vai muito além do reajuste ou recomposição salarial, com medidas que não têm impacto financeiro.

Conforme ele, essa discussão se “arrasta” desde a gestão Ilan Goldfajn, enquanto os funcionários do órgão acumulam entregas nos últimos anos. Com a chegada de Campos Neto, Seganfredo afirma que o foco foi a agenda de inovação e a autonomia da instituição, mas que agora é o momento de trazer as demandas da categoria.

Um dos pleitos é a mudança do título da carreira de analista, que, na avaliação da ANBCB, não condiz com a complexidade e a responsabilidade do cargo.

Segundo Seganfredo, uma das propostas é mudar o nome para auditor, mas isso é a parte da negociação. Além disso, a ANBCB apoia a demanda dos técnicos para que o nível de escolaridade na carreira seja de Ensino Superior. Há ainda demandas relativas a questões previdenciárias.

O movimento dentro do banco esquentou, contudo, com a mobilização das categorias do funcionalismo público federal com a sinalização do presidente da República, Jair Bolsonaro, de que atenderia ao pleito de reestruturação de carreira das polícias.

O chefe do Planalto, contudo, já disse, no sábado, 8, que os reajustes não estão garantidos para nenhuma categoria, irritando os policiais, que veem o movimento como traição.