Ribeirão Preto, 15 – O endividamento líquido do setor sucroenergético na safra 2018/2019, encerrada em 31 março, atingiu R$ 139 por tonelada de cana processada. O valor corresponde a uma alta de 13% sobre os R$ 123 por tonelada, em valores corrigidos, na safra 2017/2018, mas está longe dos R$ 182 por tonelada do pico na safra 2014/2015. A avaliação foi feita com 31 grupos industriais da carteira do Rabobank, que representam em torno da metade do processamento da safra brasileira.

De acordo Manoel Pereira de Queiróz, gerente sênior de relacionamento do banco no País, a alta no endividamento pode ser explicada pela variação cambial no ano passado e pela queda na moagem das companhias.

“Não foi ano ruim, poderia ter sido pior”, disse o executivo durante reunião da Canaplan, em Ribeirão Preto (SP). “Mas o setor não conseguiu se recuperar do período de alta no endividamento”, completou.

O cenário futuro, com juros baixos e de novas fontes de financiamento, além do desenvolvimento de novas tecnologias para o setor proporciona “boas perspectivas financeiras e regulatórias” para o setor, segundo Queiróz. “Mas essas perspectivas não ajudarão os grupos em dificuldades, que precisarão de injeção de capital. A consolidação deve diminuir e, no médio prazo, a moagem de cana deve diminuir antes de o País voltar a ampliar o processamento.”