Maringá, 22 – A Equipe do 2 do Rally da Safra 2019, que vai a campo a partir de hoje, espera encontrar uma área maior de milho safrinha tanto no Paraná quanto em Mato Grosso do Sul, com muitas lavouras já semeadas na sequência da colheita da soja precoce. “A área de milho safrinha vai crescer, isso já estava na conta do produtor”, disse o coordenador da Equipe 2 e sócio-analista da Agroconsult, Fabio Meneghin. “Nessas regiões onde teve quebra de soja precoce, vamos ter uma proporção maior de áreas de milho safrinha semeadas dentro do calendário ideal. Se a gente tinha antes 50% a 60% das lavouras plantadas dentro do período indicado, neste ano vai ter mais. Isso melhora a perspectiva de produtividade, mas claro que tem toda a chuva para acontecer”, ressaltou. No Paraná, o plantio de milho segunda safra ocorre entre janeiro e fevereiro e, em Mato Grosso do Sul, até o começo de março.

O plantio acelerado de milho safrinha é reflexo tanto da semeadura da soja realizada mais cedo do que no ano anterior como ao encurtamento do ciclo das lavouras da oleaginosa por causa do veranico (período prolongado de clima quente e seco) observado entre dezembro e janeiro. Isso fez com que a colheita começasse antes mesmo da virada do ano em alguns locais.

Conforme Meneghin, se fosse apenas pelo mercado, produtores dos dois Estados talvez não optariam por fazer grandes ampliações de área de milho safrinha, mas a possibilidade de obter produtividades mais altas ao plantar mais cedo pode compensar em parte o peso do preço pouco atrativo.

“O mercado está jogando contra o milho. Se fosse pelo o mercado, a gente não teria aumento. Aqui no Paraná, sim, tem uma boa rentabilidade na safrinha, mas a perspectiva, por exemplo, para Mato Grosso, é de uma safrinha no zero a zero ou com pequeno lucro”, afirmou ele. “Neste ano, o mercado não está favorecendo todo esse aumento de área, mas desde o plantio da soja já estávamos vendo que ia ter calendário ideal para o plantio de milho safrinha.”

A Agroconsult prevê a área de segunda safra de milho no Brasil na temporada 2018/19 em 12,3 milhões de hectares, aumento de 7,3% ante o ciclo 2017/18. Já a produção do cereal deve somar 68,6 milhões de toneladas, aumento de 27% ante o ciclo anterior, conforme a consultoria.

*A repórter viaja a convite da Agroconsult