São Paulo, 13 – O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luis Eduardo Rangel, disse há pouco que a estratégia comercial do próximo governo não pode começar do zero, “muito pelo contrário”. O ideal, enfatizou, seria dar andamento aos processos iniciados durante a gestão do atual ministro, Blairo Maggi. “Não podemos apenar lamentar o protecionismo dos países. Pensar sobre como esse processo funciona vai fazer a diferença do sucesso no mercado externo. Só com estratégia conseguiremos ser mais agressivos na pauta de exportação”, disse ele durante o Summit Agronegócio 2018, realizado nesta terça-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Na relação com a China, uma das principais parceiras comerciais do agronegócio brasileiro, Rangel afirma que o Brasil não pode se portar apenas “como vendedor, mas como comprador também”. Na última missão ao país asiático foi negociada a compra de pera chinesa e a exportação de melão brasileiro para a China.

Ainda de acordo com Rangel, a negociação, recente, com a Rússia foi realizada de maneira áspera, em um processo de troca “entre as áreas vegetal e animal”, disse, em referência à exigência atendida pelo Brasil de abrir seu mercado para o trigo russo em troca da liberação das carnes brasileiras. “O embargo da União Europeia foi o caso mais cabal em termos de protecionismo”, cita.

Marília Rangel Campos, secretária-geral do Conselho Internacional de Avicultura, defendeu que o Brasil esteja “atento a muitas coisas para evitar barreiras comercias injustificadas”.