A região da Cracolândia, no centro de São Paulo, registrou um arrastão realizado por um grupo contra motoristas que passavam pelo local na tarde desta terça-feira, 8. Imagens gravadas por testemunhas mostram o momento em que pessoas apedrejam os veículos e chegam a entrar em alguns deles.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o momento em que homens cercam veículos, batem com objetos contra a lataria e abrem as portas, fugindo pouco tempo depois. Os motoristas tentam escapar acelerando, mas encontraram dificuldades em razão da lentidão do trânsito na região no momento do arrastão. “A muvuca veio e eles se juntaram na rua Helvetia com a Conselheiro Nebias e começaram a depredar os carros. Conforme conseguiram roubar os carros das imagens, eles seguiram adiante e não consegui visualizar mais”, disse ao Estadão uma testemunha do arrastão.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse que a Polícia Militar foi acionada para conter um tumulto iniciado por usuários de drogas na região, após ação de limpeza realizada por agentes da subprefeitura local. “Imediatamente foi acionado o plano de contingência e tropas da Força Tática, Baep, Cavalaria e do patrulhamento de área reforçaram o policiamento no local. Após a chegada da PM, a situação foi controlada e a ordem foi restabelecida. No momento, o policiamento segue reforçado na região”, informou a pasta.

O caso teve repercussão de parlamentares de São Paulo. O deputado estadual Arthur do Val (Patriota) fez um alerta para as pessoas da região tomarem cuidado. “Se você está no centro de São Paulo agora, cuidado. Bandidos da Cracolândia estão roubando e quebrando tudo por aí. Até quando nós, paulistanos, vamos tolerar esse inferno no centro de nossa cidade?”, escreveu no Twitter.

O deputado federal Capitão Derrite (Progressistas) disse que a “Cracolândia é uma triste realidade em São Paulo, cujo fim já foi prometido por tantas vezes, inclusive pelo atual governador durante campanha, mas a solução nunca foi vista”.

Na visão do deputado federal Ivan Valente (PSOL), que também comentou o caso, a solução passa por empatia “em vez de ódio” para tratamento dos usuários que vivem na região.