LECO AO LADO DE PANTHEON: cavalo angloárabe foi seu parceiro na conquista

Cinco horas, 49 minutos e 47 segundos. Este foi o tempo que o cavaleiro paulista Alexandre Zahr Razuck precisou para entrar para a história. Leco, como é conhecido, pratica enduro eqüestre desde 1991, mas chegou ao ápice da carreira nos Jogos Pan-Americanos, onde conquistou o ouro para o Brasil. E o melhor: venceu a disputa contra adversários mais experientes e bem treinados, como argentinos e uruguaios.

Morando e trabalhando em São Paulo, o cavaleiro treina só nos fins de semana, o que torna seu feito mais impressionante. Ele lembra que sempre foi apaixonado por cavalos, mas começou a competir por acaso, a convite de um amigo, e desde então não parou mais. Mesmo com a conquista do Pan, o campeonato brasileiro e o paulista em sua categoria, Leco nunca teve um patrocinador ou ajuda da CBH, o que o impede de viver do esporte. “Na França, cavalos e cavaleiros são mantidos pelo governo, mas aqui no Brasil a gente tem que pagar tudo”, conta o empresário, que trabalha na doceria da família e não esconde as dificuldades. “Os uruguaios usam cavalos bancados pelos árabes, enquanto nós só temos um de ponta.”

GLÓRIA MÁXIMA: medalha no peito

O cavalo ao qual Leco se refere é Pantheon, um cavalo anglo-árabe utilizado em competições há cerca de cinco anos e que recebe todo tipo de tratamento concedido aos campeões. “O cavalo também é um atleta. Ele tem uma planilha de exercícios. Trabalha todos os dias e tem uma alimentação muito regrada. Acho que ele responde por 70% do conjunto”, derrete- se, garantindo que seu animal não deve nada aos melhores do mundo.

Pouco conhecido no Brasil, o enduro eqüestre nada mais é que uma prova de resistência, o equivalente à maratona no atletismo. No Pan foram 120 quilômetros de trilhas, mas as provas podem chegar a 160 quilômetros. Em 2008, é possível que o enduro eqüestre participe da Olimpíada de Pequim como esporte convidado. Mesmo com o ouro no Pan, o brasileiro ainda não está classificado para o mundial da Malásia, também em 2008. No momento, segue treinando forte à espera de um convite da organização. No último mundial, na Alemanha, Leco terminou na 28a. colocação, mas acabou desclassificado por um problema veterinário não revelado com Pantheon. Desta vez sonha mais alto. Mais uma vez, sem o apoio de ninguém.