Com lucro semestral de R$ 521,1 bilhões, ainda que o Banco Central transfira para o Tesouro R$ 400 bilhões, para reduzir a dívida pública interna, a sobra de R$ 121,1 bilhões nas reservas de resultado representaria uma margem razoável para cobrir eventuais prejuízos. Pela série histórica, iniciada em 2008, o maior prejuízo semestral do BC com operações cambiais ocorreu no primeiro semestre de 2016: R$ 184,6 bilhões. Em todos os demais períodos as perdas foram bem inferiores.

Naquele primeiro semestre de 2016, o dólar caiu 17%, o que impôs fortes prejuízos, em reais, para as reservas internacionais – algo que não está hoje no radar. A expectativa do mercado financeiro é de que o dólar encerre 2020 em R$ 5,20. Se confirmada, essa taxa representará uma queda de menos de 5% no segundo semestre.

Para Raul Velloso, especialista em contas públicas, a transferência ao Tesouro, se confirmada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), será um fator positivo. “R$ 400 bilhões é dinheiro em qualquer país do mundo. Vai fazer bem ao Tesouro.”

Ao abater parte da dívida pública, o governo também daria uma sinalização positiva ao mercado. “É uma indicação de que estamos enfrentando nossas necessidades através de uma correção que a crise traz sobre nossas disponibilidades de dólar”, completou Velloso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.