Livre Dos Índios: o STF já garantiu que não aprovará novas ampliações nas reservas indígenas da região

Roraima é um dos Estados menos desenvolvidos economicamente do Brasil. Prova disso é que, hoje, a administração pública é a atividade que detém maior participação no PIBIB roraimense, com 48% do total. Se por um lado faltam indústrias, por outro sobram terras, em sua maioria desocupadas e improdutivas. E isso não é nenhuma força de expressão. Apenas em 2009, o governo de Roraima já recebeu cerca de seis mi-lhões de hectares de terras da União, e agora quer aproveitá-las para fazer uma revolução agrária no Estado. Uma nova fronteira agrícola está por surgir.

6 milhões de hectares de terra foram repassados pela União ao governo de Roraima em 2009

Muitas destas áreas já estão povoadas e devem ser repassadas aos atuais ocupantes, mas ainda existe muito espaço para novos investidores dispostos a produzir arroz, soja, milho, algodão, cana-de-açúcar ou dendê. “São quatro milhões de hectares de Cerrado aptos a qualquer tipo de cultura sem necessidade de desmatamento”, afirma o governador José de Anchieta Júnior (PSDB). “Estamos trabalhando para que o agronegócio cresça em Roraima e traga o desenvolvimento para cá”, continua.

Para quem busca sua primeira grande propriedade rural, a nova fronteira pode ser uma boa saída. De acordo com a Secretaria de Agricultura de Roraima, um hectare de terra ainda sem título pode sair por R$ 300, enquanto uma área titulada raramente ultrapassa os R$ 1 mil por hectare. No entanto, um detalhe segue afligindo os possíveis investidores: a questão indígena. No início do ano, dezenas de rizicultores foram expulsos de suas fazendas após a ampliação da reserva Raposa Serra do Sol, por isso, os possíveis investidores temem que a história se repita.

“Mas isso não vai acontecer. Firmamos um compromisso com o Supremo Tribunal Federal. Eles nos garantiram que não haveria ampliação de reservas indígenas nesses seis milhões de hectares”, diz o secretário da Agricultura, Gilberto Uemura. “Vamos transformar Roraima em uma nova fronteira agrícola”, completa ele, lembrando que o Estado também vem investindo em infraestrutura para o escoamento da produção.