Candidato à Prefeitura de São Paulo pelo Novo, Filipe Sabará criticou a atuação do ex-presidente de seu partido João Amoêdo e acusou a sigla de barrar a transferência de dinheiro à sua campanha. Durante a sabatina com jornalistas do Estadão, Sabará disse que membros da Comissão de Ética da legenda ligados a Amoêdo têm investigado denúncias contra ele “de forma totalmente parcial”.

O candidato listou membros do partido que têm criticado o posicionamento de Amoêdo, que fundou o Novo e concorreu à Presidência em 2018, e disse que está satisfeito por não contar com seu apoio na campanha.

“Hoje em dia, depois de tanta besteira que o Amoêdo está falando na internet, eu prefiro que ele não me apoie mesmo”, disse o candidato. Sabará ainda disse que o líder da bancada do Novo na Assembleia Legislativa de São Paulo, Daniel José, é um “deputado fraco”. José é autor de uma representação contra a candidatura de Sabará à Prefeitura, e apontou inconsistências em seu currículo.

Ele rebateu as acusações de que seu currículo acadêmico tenha informações falsas. Sabará explicou que, ao longo de seu período como estudante de graduação, passou por diversas universidades e fez transferências até concluir o curso. “Infelizmente o partido Novo aceitou uma denúncia falsa, uma denúncia completamente mentirosa”, disse.

Ele também sugeriu que os membros da comissão tenham aceitado as denúncias por sua ligação com Amoêdo. “Infelizmente as pessoas da comissão de ética são ligadas ao Amoêdo, o que é muito estranho para uma pessoa que deixou a presidência do partido”, disse.

Questionado sobre as contas da campanha apresentadas à Justiça Eleitoral, que dão conta de apenas R$ 16 mil doados à sua candidatura, Sabará disse que o partido deixou de repassar mais de R$ 600 mil que foram doados durante o período de pré-campanha. O candidato que está questionando a falta de repasse dos recursos pelo Novo na Justiça. “Esse dinheiro está preso no partido Novo, o que é um absurdo.”

Candidatura na Justiça

Sabará confirmou sua candidatura como prefeito após seu próprio partido suspender sua indicação. Ele entrou com um processo contra a decisão na Justiça, que deu ganho de causa a Sabará. A suspensão havia ocorrida após dois filiados do Novo pedirem a retirada da sua candidatura pelo partido. Um dos processos alegava inconsistências no currículo do candidato, e outro criticava o fato de Sabará dizer, em um programa de rádio que Paulo Maluf (Progressistas) foi o melhor prefeito que São Paulo teve. Na sabatina, Sabará foi questionado sobre o impacto do caso em sua campanha, pois alguns vereadores deixaram de apoiá-lo.

“Nem Jesus Cristo teve todo mundo a favor dele, então é muito difícil a gente querer todo mundo estar nos defendendo”, respondeu o candidato. “Se no partido Novo todo mundo pensasse igual, ou seria uma seita ou uma ditadura.”