São Paulo, 12 – A safra 2021/22 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil, que terminou em março, teve moagem total de 523,107 milhões de toneladas, 13,60% a menos do que na temporada anterior, informou a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) em seu relatório final da temporada. O diretor técnico da entidade, Antonio de Padua Rodrigues, afirma em nota que o recuo principal da moagem foi em São Paulo (-16,50%), que teve perda de 1,38% na área colhida e de 15,12% na produtividade da lavoura. Segundo ele, “essa redução na produtividade é consequência do veranico prolongado nas regiões produtoras, das geadas que atingiram mais de 10% da área de colheita e dos focos de incêndio no mês de setembro”.

A produção acumulada de açúcar na safra foi de 32,06 milhões de toneladas, queda anual de 16,64%. Já a fabricação de etanol totalizou 27,55 bilhões de litros, 9,31% a menos do que na temporada anterior. O biocombustível do tipo anidro, que é misturado à gasolina, teve 10,91 bilhões de litros produzidos, alta anual de 12,57% em razão dos preços mais favoráveis, e o hidratado, 16,64 bilhões de litros (-19,55%). Se levado em conta apenas a produção do etanol à base de cana-de-açúcar, a queda anual foi de 13,36%; já o etanol de milho subiu 34,33% frente à safra 2020/21, para 3,47 bilhões de litros.

O mix de produção na safra foi levemente mais alcooleiro do que na anterior: a parcela da cana dedicada ao etanol subiu de 53,93% para 54,98%; enquanto a fatia do açúcar caiu de 46,07% para 45,02%. O Açúcar Total Recuperável (ATR), que mede a qualidade da cana, caiu 1,26%, de 144,71 kg/tonelada para 142,88 kg/tonelada.

Na segunda quinzena de março, a última da safra 2021/22, a região processou 1,18 milhão de toneladas de cana, 76,35% a menos do que um ano antes.

A produção de açúcar caiu 92,81% na mesma comparação, para 12 mil toneladas; e a de etanol recuou 43,11%, a 213 milhões de litros. O mix no período foi de 88,96% para o etanol.

A Unica informou que 25 unidades produtoras operaram na segunda metade do mês passado – 16 de cana e nove de etanol de milho. No ano passado, eram 37 em operação que processavam cana e 10 que fabricavam etanol de milho.

Para Rodrigues, “o menor número de unidades na segunda quinzena de março e na primeira de abril é consequência dos eventos adversos da safra 2021/2022, que têm levado as unidades a atrasarem o início da colheita com a expectativa da melhora da produtividade agrícola e qualidade da matéria-prima”.