A indústria de fundos teve forte saída de recursos em maio, pior mês de 2022. O saldo entre captações e resgates ficou negativo em R$ 64 bilhões, reduzindo o acumulado no ano de R$ 94 bilhões para R$ 30 bilhões – bem abaixo dos R$ 206,1 bilhões do mesmo período de 2021. Maio também foi o pior mês desde dezembro de 2021, quando o saldo ficou negativo em R$ 72,7 bilhões.

Com o resultado, maio interrompe uma sequência de quatro meses com saldo líquido positivo entre saídas e entradas de recursos. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Em maio, os fundos de ações não foram os principais culpados pelo resultado mensal, como aconteceu em abril e março. A classe teve saída líquida de R$ 9,4 bilhões, sendo que a maior parte (R$ 4,7 bilhões) foi resultado da saída registrada pelo tipo ações livre. No ano, até maio, a classe apresentou saída líquida de R$ 47,4 bilhões.

O maior saldo negativo de maio aconteceu nos fundos de renda fixa (-R$ 22,3 bilhões) por conta da movimentação de apenas dois fundos dos tipos simples, soberana e duração baixa. Mesmo com esse resultado no mês passado, o saldo acumulado ainda é positivo em 2022 em R$ 98 bilhões.

O segundo maior saldo negativo aconteceu nos fundos de direitos creditórios, os FIDCs. O resgate líquido ficou em R$ 19,4 bilhões. No ano, a saída foi de R$ 43,1 bilhões.

Os multimercados registraram saída líquida de R$ 12,2 bilhões em maio. No acumulado do ano, a classe tem saldo negativo de R$ 55 bilhões. No ano, essa classe de fundos é a que acumula o maior resgate líquido entre todas as classes. Houve saída de R$ 44,8 bilhões.

Rentabilidade

Entre os subtipos de fundos, as maiores rentabilidades em maio foram registradas nos fundos de renda fixa duração alta grau de investimento, com retorno de 1,27%. Nos multimercados, o tipo balanceado teve retorno de 1,55%. Nas ações, o tipo mono ações, cuja estratégia é investir nas ações de apenas uma empresa, apresentou rendimento de 6,20%.