Ribeirão Preto, 7 – O diretor financeiro e de relações com investidores do Grupo São Martinho, Felipe Vicchiato, afirmou nesta quarta-feira, 7, em teleconferência com analistas, que não há planos no curto prazo de grandes investimentos da companhia para ampliação na produção, principalmente de etanol. Para ele, só depois que a nova política nacional de biocombustíveis, o Renovabio, “ganhar tração” poderão ser feitos possíveis aportes para ampliar a oferta. “Talvez daqui a dois anos, quando Renovabio ganhar tração, a gente comece a pensar em novos investimentos”, disse.

Segundo ele, o “projeto mais óbvio” da São Martinho seria a expansão da Usina Boa Vista, em Quirinópolis (GO), a mais nova do grupo e com área possível para plantio de novos canaviais. “Seriam dois ou três anos para moer mais um milhão de toneladas, e mais quatro anos para ampliar em 3 milhões de toneladas de cana se houver um plantio acelerado”, disse. “Por isso, todo investimento novo em etanol precisa ser pensado, já que é muito capital investido na largada e, para depois de ter retorno, demora”, completou. Ele citou que própria usina de Goiás só começou a ter retorno após oito ou dez anos.

Para atual safra, o Vicchiato disse que os preços médios de etanol recebidos pela companhia devem ficar em R$ 1,85 por litro, alta de 7% sobre o R$ 1,73 por litro de 2017/2018. O executivo explicou que, da oferta de etanol na atual safra, 66% serão estocados para vender no terceiro e quatro trimestres de 2018/2019, entre outubro deste ano e março de 2019, ou seja, a maior parte na entressafra da cultura.

Ele avaliou como prematuras as perspectivas para a próxima safra, mas descartou a antecipação da moagem de cana para março, como fazem algumas usinas para aproveitar preços mais remuneradores. Para o executivo, “faz sentido manter mesmo mix de destino da cana na próxima safra”, acima de 60% para produção de etanol e abaixo de 40% para a de açúcar. Vicchiato destacou, por fim, que as chuvas de outubro foram boas e devem favorecer a produtividade da cana a ser colhida em meados da próxima safra.

Em balanço divulgado na terça à noite, o Grupo São Martinho reportou lucro líquido de R$ 58,547 milhões no segundo trimestre do ano-safra 2018/2019, encerrado em 30 de setembro. O resultado é 10,4% maior do que o registrado em igual período da temporada 2017/2018, de R$ 53,015 milhões. Em seis meses de safra, o lucro líquido acumulado caiu 4,3%, para R$ 162,506 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia sucroenergética recuou 19,1% na mesma comparação trimestral, para R$ 316,238 milhões. No semestre inicial de 2018/2019, o Ebitda ajustado recuou 17,2% ante os seis meses iniciais de 2017/2018, para R$ 717,628 milhões

A receita líquida do Grupo São Martinho somou R$ 643,427 milhões no segundo trimestre da safra, um recuo de 12,6% e caiu 11,8% na comparação semestral, a R$ 1,415 bilhão. O lucro caixa alcançou R$ 58,547 milhões no segundo trimestre de 2018/2019, queda de 4,3%, e R$ 222,152 milhões no semestre, para baixa de 44,1%.