Ribeirão Preto, 9 – O diretor financeiro e de relações com investidores do Grupo São Martinho, Felipe Vicchiato, admitiu nesta sexta-feira, 9, em teleconferência com analistas, que a companhia avaliou a produção de etanol de milho, mas que o projeto é inviável no momento. Segundo ele, a companhia estudou o projeto para a unidade de Boa Vista (GO), onde existe uma oferta grande do cereal, mas a decisão interna foi de que “não fazia sentido a companhia fazer investimento” na unidade.

Vicchiato explicou que o principal motivo foi que não havia garantias de que o custo do milho permaneceria rentável durante o período de pagamento do projeto, caso fosse instalado.

O executivo reafirmou que a safra 2018/19 deve ser alcooleira, já que os preços do etanol estão entre 20% e 25% maiores em relação aos do açúcar. “Para mudar a estratégia e produzir mais açúcar, o preço teria de subir 20%”, afirmou. Esse discurso não se aplicaria, segundo ele, se o preço do etanol cair na mesma proporção, pois a alta na demanda traria rapidamente a recuperação dos preços do biocombustível.

Sobre o açúcar, Vicchiato disse que os preços da commodity não devem voltar aos preços de 18 cents por libra-peso na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), mas também não devem permanecer no nível atual, entre 13 cents e 14 cents. “Acreditamos em preços do açúcar entre 15 e 16 cents na safra”, afirmou.