São Paulo, 17/1 – A perspectiva de clima mais favorável para as lavouras de milho verão do Brasil deve continuar pressionando as cotações no mercado doméstico nas próximas semanas, segundo a Scot Consultoria. “No curto e médio prazos, a expectativa é de mercado mais frouxo conforme avança a colheita da safra de verão”, disse a consultoria em nota. Entre fevereiro e março, os preços do cereal dependerão do avanço do plantio da segunda safra (safrinha). “Revisões para baixo da (estimativa de) produção poderão dar sustentação às cotações pontualmente, mas o estoque interno maior na temporada é fator limitante para as altas de preços”, destacou a Scot.

Corretores de diferentes praças de comercialização do cereal ouvidos pelo Broadcast Agro (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) têm relatado que parte dos produtores está retendo a oferta na expectativa de que os preços subam nos próximos meses. Na avaliação desses agricultores, possível atraso no plantio da safrinha, por causa da implantação da lavoura de soja mais tarde, poderia dar suporte às cotações já que isso diminuiria a janela ideal de cultivo.

Desde o início do ano o menor interesse na exportação ajudou a tirar a sustentação dos preços no País, conforme a consultoria. A Scot destacou que até a segunda semana de janeiro o Brasil exportou uma média de 165,04 mil toneladas por dia, volume 17,4% menor que o embarcado diariamente em dezembro (199,7 mil t). Os números são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Levantamento da Scot na região de Campinas (SP) aponta que a saca de 60 quilos do cereal está cotada a R$ 30,50 para entrega imediata, contra negócios fechados por R$ 32 a R$ 33 no fim de 2017. O valor é 13,9% inferior ao apurado em janeiro do ano passado.